A egressa do curso de Design de Moda da Unochapecó, Mariana Batistello, de 24 anos, é colecionadora de bonecas do tipo blythes. A paixão começou durante a graduação, enquanto procurava uma boneca como modelo para a disciplina de História da Arte e da Moda. Assim, as bonecas acabaram virando uma paixão e se tornando a profissão da jovem. Mariana hoje cria e costura em média 60 peças de roupas para bonecas por mês e já exportou para sete países. No total são quatro modelos de bonecas - Valentina, Monalisa, Olga e Poliana - e uma lati yellow, Felippa.

Mariana comprou a primeira boneca em 2009, mas ninguém da família apoiou a ideia de início. O namorado, apesar de não gostar, cedeu os R$ 500,00 para ela comprar a primeira boneca, dinheiro esse que era economizado para os dois mobiliarem a casa do casal.

Após concluir o curso de Design de Moda, que segundo Mariana ajudou a entender o dia a dia da profissão, que é muito dinâmico e ativo, ela revela que a maior ajuda foi na parte mais básica do trabalho, a costura, que aprendeu com a professora Sonia Fassina. Enquanto ainda cursava a graduação, decidiu investir na marca Pequena Valentina, unindo a brincadeira com o que mais gosta de fazer: costurar roupas de bonecas. A ideia de montar a marca veio quando começou a postar fotos na internet e outras mães gostaram e perguntaram se ela faria para vender. Hoje ela desenvolve modelos diversificados e estampas exclusivas para outras apaixonadas pelas bonecas que chegam a custar de R$ 300 à R$ 2 mil. 

A modista relata que “a primeira venda internacional aconteceu muito naturalmente, e foi um pedido vindo da França”. Logo em seguida, seguiram pacotes para Cingapura, Estados Unidos, Espanha e outro para a França. Atualmente, além desses países, ela também vende para o Canadá, Israel e Polônia.

No começo, Mariana teve medo de ser tachada como “costureira de roupa de bonecas”. Com criatividade e persistência, ela provou o contrário. No universo das blythes, é comum as bonecas terem mãe, madrinha, tias e amigas. Mariana conta que quando se tornou mãe achava esse universo estranho no começo, mas depois percebeu que era uma maneira de interagir e criar amizade com outras colecionadoras. “É um mundo à parte. Tem até meninas especializadas em customização de maquiagem e cabelo”, explica Mariana.

As bonecas

Lançadas em 1972, as bonecas de 28cm não foram bem aceitas pela forma da cabeça e com os olhos exagerados, que mudam de cor e posição. Foram tiradas das prateleiras um ano após o lançamento. Vinte e cinco anos depois, a jornalista americana Gina Garan ganhou uma blythe de presente e a fotografou em diversos lugares, resultando no livro This is Blythe. Foi o ressurgimento dessa boneca, relançada em 1999.