Minha Uno
Menu Busca

Cidades da região debatem preparação em casos de desastres naturais

Meio Ambiente

Tornados e enxurradas são alguns dos desastres naturais que cidades do Oeste de Santa Catarina presenciaram em 2015. Apesar dos municípios atingidos terem conseguido se recuperar da maioria dos danos, muitos não souberam quais eram os procedimentos corretos a serem utilizados. Pensando em uma preparação das cidades para estes fenômenos, a Unochapecó, em parceria com a Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (AMOSC), realizou o I Simpósio sobre Gestão de Riscos e Desastres Naturais.

O evento, que ocorreu na segunda (11/07) e terça-feira (12/07), proporcionou aos profissionais de assistência social maior conhecimento sobre o assunto, além do contato com especialistas que atuam em situações de desastres. Segundo a Diretora de Desenvolvimento Humano (DDH) da Unochapecó e coordenadora do evento, Aline Ana Denchinski, o Simpósio mostrou caminhos de como agir neste tipo de situação. "O objetivo do Simpósio para nós, enquanto Universidade, é capacitar profissionais para que nos casos de catástrofes, eles saibam como agir", explica.

unoPara iniciar o evento, o presidente do Conselho Regional de Psicologia da 12ª Região, Igor Schutz dos Santos, discutiu a importância do profissional de psicologia na prevenção e ocorrência de desastres. “Pensamos que o psicólogo deve atuar em uma situação de desastres, seja pelos traumas que as pessoas sofrem, seja pelas reações emocionais frente a este tipo de situação. Nós estamos, por parte do conselho, provocando que a psicologia também tem um caráter preventivo”, destaca.

O psicólogo defende, ainda, que as ações de prevenção e preparação devem ocorrer com a participação dos diversos setores do município. “Nós atuamos com intersetorialidade em diversas políticas públicas. Precisamos dialogar entre habitação, saúde, assistência social, administração municipal, entidades não governamentais, entre outros”. Schutz ressalta que todos os envolvidos são atores essenciais para o município conseguir dar uma resposta devida à situação, sem que seja necessário inventar uma nova estratégia toda vez que ocorra uma situação adversa.

Na manhã do segundo dia do evento, durante a rodada de conversa, a professora do mestrado em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais da Unochapecó, Clarete Trzcinski, apresentou dados preliminares de uma pesquisa desenvolvida no curso. O estudo discorre sobre a intervenção dos trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) em situações de emergência e estado de calamidade pública no Oeste de Santa Catarina.

De acordo com a professora, a pesquisa discute o papel desenvolvido pelos trabalhadores deste Sistema na ocorrência de desastres naturais. “Os dados preliminares mostraram que a fragilidade da Defesa Civil é uma das vulnerabilidades dos municípios da AMOSC, pelo fato de terem equipes reduzidas e que a Política de Assistência Social deve se articular com a Defesa Civil”, aponta.

Protocolos de ação

“O município que elabora um plano de contingência mostra que está preparado para enfrentar as incertezas que podem ocorrer em relação a um evento adverso”, destaca a assistente social da Defesa Civil, Regina Panceri. Ela ministrou a oficina “Plano de Contingência em situações de emergência e estado de calamidade pública, quais os instrumentos necessários”, que encerrou a programação do evento.

unoRegina explica que o plano é uma forma de antecipar a possibilidade de desastre natural e articular os órgãos municipais, “cada um sabendo o que precisa fazer e quais são as suas atribuições, tendo uma resposta mais eficaz e planejada, que beneficia toda a população”. De acordo com a assistente social, a elaboração do esquema é construída no período em que não tem eventos ocorrendo no município. “Ele vai ser aplicado quando ocorre efetivamente aquele evento adverso. É uma ferramenta de gestão elaborada para minimizar o risco e ser implementado quando o município precisa dar uma resposta”.

O município que possui um plano de contingência, além de evitar que algumas situações ocorram, consegue se recuperar mais rápido dos fenômenos naturais. “Quando o plano é feito, necessariamente, elaboramos ações de prevenção, que devem ser pensadas em parceria com diversos órgãos, visando a autoproteção da população. Assim, o município consegue estabelecer melhor a sua fase de recuperação e reconstrução”, assinala Regina.

Devido ao tornado que atingiu Xanxerê no ano passado, a psicóloga do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) da cidade, Caroline Bender, destaca que os conhecimentos adquiridos no Simpósio contribuirão para entender os fenômenos e saber como agir quando eles ocorrem. “O que vamos levar daqui é só o início de tudo o que temos que fazer. O trabalho começa agora em cada município, que deve trabalhar para botar em prática o que foi discutido”, ressalta.

COMPARTILHE
TAGS
simpósio
Gestão de riscos
Desastres naturais
Amosc

LEIA TAMBÉM

comments powered by Disqus
Whatsapp Image