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Curso da Unochapecó lança Índice de Confiança do Consumidor

Mercado

Texto Vanessa Marquezzan*

 

A economia é o que move praticamente toda a sociedade. E saber como a população se coloca nesta situação é muito importante para conhecermos melhor a realidade em que vivemos. Por isso, o curso de Ciências Econômicas da Unochapecó, em parceria com o Sindicato do Comércio da Região de Chapecó (Sicom), desenvolveu o Índice de Confiança do Consumidor (ICC). Ele busca mensurar o quanto os chapecoenses estão confiantes com relação a situação financeira de suas famílias e da economia do país como um todo. O lançamento oficial com a divulgação do primeiro relatório foi realizado no dia 4 de dezembro.

A coleta dos dados e a análise dos mesmos é feita por um bolsista e uma técnica do banco de dados, com supervisão de professores de Ciências Econômicas da Universidade. Eles realizam a pesquisa nas ruas de Chapecó, durante as duas últimas semanas de cada mês, e após a análise dos dados divulgam os resultados para a comunidade.

O ICC é composto por dois subíndices. Um deles é o Índice de Condições Econômicas (ICE), que capta como os consumidores estão avaliando suas finanças e a conjuntura do país comparando-as com os últimos 12 meses. O outro é o Índice de Expectativas de Consumo (IEC), que avalia quais são as expectativas dos consumidores com relação aos próximos 12 meses, ou seja, como estes analisam suas oportunidades de negócios, consumo e de conjuntura nacional para o futuro, fornecendo uma previsão do comportamento da demanda agregada municipal nos próximos meses.

A finalidade do ICC é construir indicadores que reflitam a realidade econômica de Chapecó. De acordo com a professora do curso, Cássia Ternus, existe uma escassez de dados confiáveis sobre a economia local, até mesmo em nível estadual não se tem muitos indicadores disponíveis em um curto período de tempo. "A partir destes dados, por exemplo, os empresários terão uma previsão de como irão se comportar os consumidores, se há maior propensão ao consumo, se a economia estará mais aquecida". Cássia relata que a importância não está unicamente relacionada ao consumidor, os benefícios da pesquisa se espalham para toda sociedade.

Para a coordenadora de Ciências Econômicas, professora Bruna Furlanetto, a publicação de índices locais como o Índice de Confiança do Consumidor, o qual auxilia a comunidade na tomada de decisões, enfatiza a importância do curso em nossa região. "Contribui com a promoção do desenvolvimento regional, que faz parte da missão da Unochapecó, levando as pesquisas para aplicação prática, unindo a Universidade e o setor privado", finaliza.

Cássia destaca que o ICC é um projeto pelo qual tem muito carinho. "Comecei a trabalhar com ele em 2012, aqui no curso enquanto bolsista, e hoje é uma grande honra ser uma das pessoas responsáveis por ele". Ela aponta ainda que o Índice é uma possibilidade de colocar a teoria em prática e utilizar o mesmo como laboratório para os estudantes praticarem a pesquisa, o cálculo de indicadores, a construção de relatórios e a interpretação da realidade.

 

Índice de Confiança do Consumidor

Segundo o primeiro relatório do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), divulgado em dezembro, Chapecó apresentou um aumento de 8,04 pontos. Para este mês, a confiança dos consumidores é de 93,04 pontos ao passo que em novembro foi de 85, representando um acréscimo de 9,46%. O levantamento foi realizado entre os dias 13 e 29 de novembro.

A elevação na confiança dos consumidores no mês de dezembro foi influenciada pela confiança da população com renda entre R$ 1.500 e R$ 3 mil, e das pessoas com idade entre 24 e 45 anos. Mesmo com o aumento geral no ICC, a única classe que apresentou queda na confiança para o mês de dezembro foi referente às pessoas com idade entre os 45 anos e 65 anos.

O Índice de Condições Econômicas (ICE) apresentou aumento de 13,44% comparado ao mês de novembro, atingindo o valor de 71,01 pontos. Os resultados que contribuíram para esse aumento foram dos consumidores entre a classe de renda dos R$ 1.500 a R$ 3 mil, totalizando 75,75 pontos, e das pessoas com idade entre 24 anos e 45 anos. Mesmo com o aumento geral no subíndice, alguns dos consumidores avaliaram negativamente suas finanças nos últimos doze meses. Esses consumidores foram as pessoas com faixa etária entre os 45 anos e 65 anos, a população com renda abaixo dos R$ 1.500 e os chapecoenses com idade superior aos 65 anos.

Com relação ao comportamento do Índice de Expectativas de Consumo (IEC), houve um aumento de 7,91% para o mês de dezembro, o que totalizou 106,58 pontos. Os consumidores que estão com uma expectativa financeira positiva para os próximos doze meses são as pessoas com renda abaixo dos R$ 1.500, seguido pelas mulheres e também as pessoas com idade acima dos 65 anos.

 

O Índice de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (IEIC)

Ainda de acordo com o relatório, o IEIC apresentou elevação de 8,38%. Em novembro representava 132,66 pontos, aumentando para 143,78 pontos em dezembro. Dentre os 232 consumidores entrevistados, 64% estão com alguma obrigação a pagar, dentre estas, o cartão de crédito aparece em primeiro lugar seguido pelos créditos em lojas.

Os consumidores que disseram estar inadimplentes aumentaram de novembro para dezembro de 2018. Em dezembro, o percentual de pessoas inadimplentes é de 9,7% do total dos entrevistados, e em novembro 8,1% dos entrevistados eram endividados. Entre as principais obrigações em atraso no mês de dezembro, o crédito em lojas foi a mais citada.

 

Expectativa para o Natal

O relatório traz também uma expectativa de consumo para o Natal. Indica que, para essa data, os consumidores estão dispostos a gastar em média R$ 393,95 com os presentes. Entre os entrevistados, 177 pessoas disseram estar dispostas a presentear e 45 pessoas disseram que não iriam presentear ninguém nesta data.

Em média, os consumidores chapecoenses pretendem presentear quatro pessoas. Destas, a maioria serão crianças, seguidas pelos adultos. De acordo com os entrevistados, a maioria possui intenção de realizar o pagamento dos presentes em dinheiro. Ainda, 24 entrevistados disseram que iriam utilizar o 13º salário para a aquisição dos presentes como também para a preparação da ceia de Natal.

Por fim, com relação ao recebimento do 13º salário, 31% das pessoas entrevistadas disseram que não recebem o mesmo. Das pessoas que irão receber, 34,2% disseram que pretendem poupar ou investir o valor e 13,6% irão utilizar deste benefício para o pagamento e quitação de algumas obrigações.

 

*Estagiária, sob supervisão de Jessica De Marco

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