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Disciplina reúne estudantes de cinco cursos em busca de soluções inovadoras

Educação

Texto Ana Vertuoso*

 

Trabalhar bem em equipe, especialmente com pessoas de áreas distintas, é algo fundamental no mercado de trabalho. Durante a graduação, poder atuar desta forma na solução de um mesmo desafio possibilita não somente melhorar esta habilidade, mas também unir ideias e perspectivas diferentes na criação de projetos inovadores. Por isso, acadêmicos dos cursos de Administração, Ciência da Computação, Ciências Contábeis, Engenharia Química e Sistemas de Informação da Unochapecó se reuniram para participar de uma Disciplina Integrada.

Esta iniciativa, que surgiu ainda no ano passado, mescla os estudantes em equipes para atender demandas reais de empresas parceiras ao longo das aulas. Neste semestre, elas foram conduzidas pela professora Caroline Dallacorte, em parceria com os professores Cleunice Zanella, Daniela Di Domenico, Duilio Schaefer e Vilmar Oenning. Com a orientação dos docentes, as equipes passaram por todas as fases de um projeto, da compreensão do problema e validação, até a busca por uma solução e, por fim, o aperfeiçoamento da ideia. As empresas que encaminharam demandas para os 13 grupos e acompanharam o pitch final foram Eko7, Clarice Fogões, Gelnex, Grupo Dass, Hidro Industrial, Scussel Hortifruti e Zagonel.

O pitch reuniu estudantes, professores e representantes da Universidade

Além de representantes das empresas, a apresentação, realizada de forma remota, ainda contou com a presença de professores e coordenadores, do reitor da Universidade, professor Claudio Jacoski, da vice-reitora e pró-reitora de Graduação, professora Silvana Muraro Wildner, da pró-reitora de Pesquisa, Extensão, Inovação e Pós-Graduação, professora Andrea Marocco, e do pró-reitor de Administração, professor José Alexandre De Toni. Também participaram da apresentação o diretor da Agência de Gestão da Inovação, professor Rodrigo Barichello, e a diretora de Educação Continuada e Extensão, professora Cleunice Zanella.

 

Troca de experiências

Para Jéssica Biazi, acadêmica do curso de Engenharia Química, estar inserida em problemas reais é muito importante. “Conseguimos ter uma visão muito abrangente da prática, baseada na teoria que aprendemos na vida acadêmica. Essa matéria integrada nos permitiu ampliar nossa rede de contatos e também nossos conhecimentos. A oportunidade de conhecer novas pessoas e a troca de experiências foi incrível, tenho certeza que alguns colegas levarei para a vida”, comenta.

O grupo da acadêmica foi responsável por encontrar uma maneira de diminuir o consumo de gás e aumentar a eficiência dos fornos presentes nos fogões da Clarice Fogões. Porém, como nenhum dos estudantes conhecia os materiais e processos envolvidos no funcionamento do produto, o primeiro passo foi conversar com a empresa. “Falamos com o Tiago, representante da empresa, e pedimos para ele nos enviar tudo o que tinha de informação, para que a gente pudesse entender melhor. Ele mandou um desenho aberto do fogão falando sobre cada um dos materiais que era utilizado, explicou os que tinham maior custo e também mandou um fogão para vermos de perto como funcionava”.

Os estudantes receberam demandas reais de sete empresas da região

Após bastante pesquisa, o grupo notou que a lã de basalto, utilizada como isolante, estava muito próxima da chapa de aço que vai na lateral externa do fogão, e o calor passava facilmente por ali. “Percebemos que na parte que isola o forno iria uma placa de aço presa com quatro rebites nos cantos e, em cima, eles colocavam a lã de basalto e tudo era envolto com papel alumínio. A gente propôs aumentar o número de rebites para segurar melhor essa placa e mantê-la mais rente ao forno. Também pedimos para eles colocarem cintas que prendessem a lã e deixassem ela bem rente ao forno para segurar o calor e tentar deixar uma distância entre a parte do isolamento do forno e a chapa externa que vai proteger o fogão”, explica.

Com o projeto pronto, a empresa testou e aprovou as mudanças. Então, o grupo pensou em como torná-las viáveis para a produção em maior escala. “Eles conseguiram ver dentro da indústria deles que tinham resíduos do corte da chapa de aço e utilizaram esse cortes, que seriam descartados, para fazer as cintas, o que já é um custo a menos e um reaproveitamento de material. Uma coisa que concluímos no nosso projeto foi que a gente, olhando de fora, conseguiu visualizar mais detalhadamente algumas coisas que eles, no dia a dia, não percebem. Era uma coisa muito simples de ser mudada, que teve aceitação e eficiência”.

 

Resultados positivos

Experiências como essa são positivas não somente para os estudantes. Um dos organizadores da disciplina, professor Duilio Schaefer, explica que docentes e empresas também saem ganhando.

“A disciplina integrada é uma experiência muito enriquecedora para todos os envolvidos. Estamos vivenciando, na prática, com demandas reais, tudo aquilo que pesquisamos e estudamos. Percebemos a evolução dos alunos, tanto na questão do trabalho em equipe, como no desenvolvimento da relação com as empresas parceiras. Os projetos desenvolvidos estão excelentes e os alunos muito engajados na busca por soluções”.

Além disso, a Disciplina Integrada traz resultados positivos para a Unochapecó. “Essas ações coletivas e interdisciplinares reforçam o conceito de universidade empreendedora, que possui a capacidade de gerar uma direção estratégica focada tanto na formulação dos objetivos acadêmicos quanto na transferência do conhecimento produzido dentro da Universidade”, finaliza o professor Rodrigo Barichello.

 

*Estagiária sob supervisão de Jessica De Marco

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Engenharia quimica e sistemas de informaçao
Disciplina integrada
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