A prevalência do sobrepeso e da obesidade cresce de maneira acelerada nos últimos anos e a Organização Mundial da Saúde prevê que em 2015 existam 2,3 bilhões de pessoas nestas condições. Para colaborar com a redução desses números, a Unochapecó promove, desde o mês de fevereiro passado, o projeto de extensão “Educação Nutricional: uma estratégia para redução/manutenção de peso e promoção da saúde”.

São atendidos quinzenalmente, em média, 10 pacientes, que são submetidos a atividades teóricas e práticas, com o objetivo de oferecer apoio nutricional para potencializar a adesão ao tratamento dietético. Com a proximidade da Páscoa e de toda a cultura alimentícia que a data envolve, foi organizada oficina com foco em preparações características deste período que favorecem quem está em tratamento nutricional.

Para não sair da dieta durante o feriado cristão, que será comemorado em 20 de abril, as pessoas atendidas pelo projeto terão opções saudáveis e saborosas para alimentar toda a família. Na quinta-feira, dia 10, elas aprenderam a preparar tilápia no forno, bolinho de tilápia assado, musse de chocolate diet e pudim de banana. Tudo regado a muito tempero e legumes e com percentual baixo de gordura, sal e açúcar, tudo com valor calórico reduzido e riqueza de nutrientes essenciais.

Para uma das participantes (M.G.L.J), que está no projeto desde o início, a diferença na saúde já é perceptível. “Eu tinha problema de pressão alta, agora normalizou, pude até parar de tomar os remédios”, conta. Segundo ela, toda a família entrou na reeducação alimentar. “Lá em casa mudou muito, diminuímos a quantidade de gordura, de sal e passamos a consumir mais saladas, frutas e cereais, como farelo de soja, granola, aveia, arroz e pão integral. Antes, tínhamos resistência a estes produtos por achar caro ou não gostar muito, mas aos poucos nos acostumamos”, ressalta.

De acordo com a nutricionista Micheli Trentin, responsável pelo atendimento individual dos pacientes no Ambulatório de Nutrição, a lógica do grupo foi pensada para que possam aprender a preparar pratos que possibilite aumentar o consumo de alimentos mais saudáveis e saborosos. “Muitas vezes não sabemos como preparar um peixe, por exemplo, de uma forma menos calórica, como grelhado, a vapor ou assado. A maioria das pessoas opta pela porção frita”, lembra ela. Desta forma, o projeto busca adaptar essas porções para a redução de sódio, gordura e açúcar, para reduzir, além da obesidade, problemas como hipertensão e diabetes.

Educação Alimentar

 O projeto de Educação Nutricional foi aprovado no edital do Fundo de Apoio a Projetos de Extensão (Fapex), no segundo semestre de 2013, e prevê a articulação entre ensino, pesquisa e extensão. As atividades são coordenadas pela professora do curso de Nutrição Roberta Taglietti e realizadas pela bolsista Talita Maronozi, desde fevereiro último. Também estão auxiliando como voluntárias as acadêmicas do curso de Nutrição Márcia Souza, Sandra Riepe, Carolina Serafini, Francieli Maria e Márico Both. O grupo atendido é formado por pacientes que fazem acompanhamento nutricional individualizado no ambulatório de Nutrição da Unochapecó, com a nutricionista Micheli Trentin.

Os encontros são realizados no Laboratório Dietético do Curso de Nutrição, que permite a execução de atividades práticas e demonstrativas de cuidados alimentares. São desenvolvidas demonstrações de porcionamento de alimentos por grupo alimentar de acordo com a sua contribuição calórica na dieta. Também são oferecidas sugestões de preparações ricas em fibra, pobres em gordura, açúcar, sódio e fontes importantes de vitaminas e minerais. Além disso, é realizada avaliação nutricional periódica dos participantes.

A intenção é de, ainda, promover a integração e troca de experiência entre os atendidos. “O trabalho em grupo é mais eficaz, pois só com o atendimento individualizado não se consegue abordar a vivência de outras pessoas”, explica Micheli. Já foram realizados quatro encontros até o momento, os primeiros em formato de conversas para que os participantes pudessem se conhecer, compartilhar dificuldades. “Esta metodologia, de um ajudar o outro, resultou em uma melhoria significativa no tratamento. Já percebemos uma grande diferença no acompanhamento nutricional de cada um”, afirma.