Os pesquisadores Daniel Loponte e Mirian Carbonera do CEOM-Unochapecó, realizaram entre os dias 12 e 22 de abril, mais uma etapa do projeto “Povoamentos pré-históricos do Alto Rio Uruguai (SC): pesquisa e difusão do patrimônio arqueológico”. A atividade consistiu em coleta de vestígios biológicos de grupos da pré-história do sul do Brasil.

O objetivo desta etapa é entender a dieta das antigas populações a partir da análise de isótopos estáveis. Foram coletadas mais de 30 amostras no Estado do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Província de Misiones, na Argentina, em diferentes instituições, incluindo o Centro de Memória do Oeste Catarinense (CEOM) da Unochapecó,o Instituto Anchietano de Pesquisas (Unisinos), Laboratório de Pesquisas Arqueológicas (PUCRS) e o Centro de Pesquisas Arqueológicas (CEPA/Unisc). Participam do projeto também, o Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral (UFSC), Museu do Homem do Sambaqui (Colégio Catarinense) e Museu Municipal de Pré-história de Eldorado (Misiones).

Para a coordenadora do CEOM, professora Mirian, “o objetivo do estudo é comparar os resultados para entender a dieta dos diferentes grupos que exploraram desde ambientes litorâneos, como também florestas tropicais e de araucárias”. Os dados serão divulgados por meio de artigo, e neste ano uma prévia será publicada na revista Journal of Human Ecology, com o resultado de outras amostras processadas em 2014.

A publicação aborda os hábitos alimentares de sociedades que viveram nos últimos mil anos. Os dados revelam as preferências dos grupos na exploração dos ambientes e nos cultivos agrícolas, como por exemplo os antepassados dos Jês Meridionais do Planalto brasileiro, que consumiam muito pinhão. Os Guarani do alto rio Uruguai cultivavam e consumiam muito milho, em contraposição, esse mesmo grupos que vivia às margens no rio Paraná explorava muito mais a pesca.

O projeto

O projeto conta com o apoio do Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Fundação Catarinense de Cultura, FUNCULTURAL e Edital Elisabete Anderle/2014. Ele está vinculado as atividades de um convênio firmado entre o CEOM e o Instituto Nacional de Antropologia e Pensamento Latino-americano/Argentina. As ações tiveram início ainda em 2013 e estão articuladas dentro de um grande projeto chamado “Arqueologia da Floresta Atlântica Meridional Sul-Americana” que estuda o patrimônio arqueológico do Oeste Catarinense e Província de Misiones.