Dia Mundial Vegano

Como é uma alimentação restrita de carnes e derivados de animais?

18/04/2019
Por: Bruna Gatto
Dia 1 de outubro comemora-se o Dia Mundial do Vegetarianismo (Foto: Pille-Riin Priske)

Se você frequenta restaurantes, fast foods e lanchonetes, entre outros, já deve ter ouvido alguém perguntar “tem alguma coisa sem carne?” ou melhor, "tem algo sem nenhum derivado de animais?". Os alimentos veganos, como são chamados, estão cada vez mais comuns entre os brasileiros. Não é mais tão difícil também encontrar restaurantes especializados para esse público. No Brasil, por exemplo, segundo a pesquisa do IBOPE Inteligência de abril de 2018, quase 5 milhões de pessoas adotam esse estilo de vida.

No dia 1 de novembro, é celebrado mundialmente o 'Dia do Veganismo'. Segundo o Vista-se, essa data foi instituída por Louise Wallis, presidente da Vegan Society da Inglaterra e, desde 1994, esse dia é um convite à reflexão sobre nossa maneira de consumir e em relação ao meio ambiente e bem-estar animal. Louise estabeleceu que todo dia 1º de novembro seria comemorado o Dia Mundial Vegano, justamente no aniversário de 50 anos da Vegan Society, criada em 1944.

Inseridas no contexto da alimentação vegana também estão outras questões importantes para este público. O amor aos animais é um dos princípios básicos, voltando as escolhas do cardápio para alimentos que não contenham nenhum tipo de carne ou derivados de animais, e também às escolhas de estilo de vida. Além disso, nessa postura está uma grande preocupação com o meio ambiente e a alimentação mundial.

 

O que é ser vegano? Por que adotar este estilo de vida?

 

70 bilhões de animais terrestres são mortos anualmente para o consumo humano, segundo o site Seja Vegano. Para os adeptos de alimentação restritas de qualquer carne ou derivados de animais, o maior objetivo é a proteção, cuidados e, principalmente, o respeito por todos os animais. Vegano não ingere, usa, compra ou produz nada que tenha qualquer procedente animal, isso inclui ovos, mel, chicletes, peles, produtos de beleza e alimentos em geral.

Muitos se tornam primeiro vegetarianos. Após algum tempo, se adequam a alimentação vegana. Apenas não consumir carne é considerado pouco para quem busca proteger e cuidar dos animais. Muitos são maltratados desde seu nascimento, separados das mães e presos em jaulas pequenas, sem cuidados com higiene e saúde, somente para alimentar a população. Os veganos acreditam que os animais não devem passar por esses processos de sofrimento e tortura. Vai além de proteção, mas respeito pelos seres vivos.

É visto como modo de consumo, uma filosofia de vida, que elimina todas as formas de sofrimento animal da vida dos seus adeptos. Isso inclui, por exemplo, o boicote a instituições que lucram a partir do sofrimento e da exploração de animais. Inclui-se aqui empresas que realizam testes em animais (produtos de beleza, por exemplo) e instituições que usam animais como atração (zoológicos, circos, etc.).

 

Alimentação vegana

 

Ao contrário do que muitos pensam, os veganos não passam fome ou comem de forma irregular. Consomem alimentos vitaminados e que suprem as necessidades básicas de proteínas para o organismo, dentro de uma dieta regrada e com acompanhamentos médicos. A alimentação de um vegano inclui leguminosas, como grão-de-bico, todos os tipos de feijões, soja, favas e outros.

Para quem sempre consumiu carne e gostaria de se tornar vegetariano ou vegano, é preciso procurar um profissional da nutrição para obter conhecimentos sobre os efeitos da mudança de alimentação na saúde e rotina. É preciso estar ciente de que parar de comer carne ou qualquer derivado precisa ser compensado com outros alimentos, como consumir os de cores vermelhos e verdes, por exemplo.

De acordo com a coordenadora de Nutrição da Unochapecó, professora Fernanda Grison Confortin, os alimentos verdes, como ervilhas, por exemplo, possuem grande número de vitaminas e nutrientes. Quando consumidos de forma correta, são capazes de substituir a proteína da carne ou chegar perto. Alguns veganos ingerem pílulas de vitaminas B12, uma vez por semana, para suprir as necessidades do corpo, porque normalmente ingerem somente carboidratos e leguminosas e não suprem a demanda do organismo apenas com estes alimentos.

Quando o vegano deixa de comer derivados e carnes de animais, começa a ingerir mais carboidratos, o que pode gerar excesso. "É preciso consumir de forma coerente todos os tipos de alimentos, independentemente de qual seja. Tudo em excesso faz mal", completa Fernanda. A professora ainda sugere que quem possui dieta vegana pode consumir uma porção a mais de arroz comparada ao feijão. Se você come 50g de feijão, deve consumir 100g de arroz, por exemplo.

Cada organismo é diferente. Mesmo que seu amigo vegano partiu diretamente do onívoro (que consome todos os tipos de alimentos) e não teve complicações ou alterações da rotina, é preciso procurar um profissional e partir do princípio, eliminar primeiro as carnes, depois os laticínios e, consequentemente, todos os derivados de animais na alimentação e de produtos de beleza e roupas.

 

Diferenças e nomenclaturas

 

Existem várias categorias dentro da alimentação. Antes de excluir todos os alimentos oriundos ou que são produzidos com carne, há adeptos de outras classes, com outras exigências alimentares.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Vista-se.

 

Há ainda categorias seguintes ao veganismo, como Frugívoros, que somente se alimentam de frutas, vegetais e algumas sementes como castanhas e nozes. Pessoas que somente ingerem alimentos crus, sem nenhum processo de cozimento, são os adeptos ao Raw Food, alimentam-se apenas de frutas, legumes, grãos e qualquer alimento que não precise de cozimento ou processos para tornar-se apto à alimentação; são chamados de crudivoristas.

 

Cardápio vegano

 

Apesar de o Brasil ser um grande produtor agrícola e forte também na agropecuária, além de ser conhecido por pratos exagerados e, em algumas regiões, ter o famoso churrasco como rotina da alimentação, a população adepta ao veganismo está cada vez maior e a cozinha brasileira está atenta a esse crescimento.

Quem investe no ramo alimentar já deve ter notado essa mudança no comportamento do consumidor. E quem ainda não se adequou, deve prestar ainda mais atenção e incluir em seus cardápios opções de alimentos sem nenhum derivado animal. O mais bacana disso tudo é tornar possível que todos consumam, sejam adeptos ou não.

A alimentação vegana é basicamente sustentada por princípios de seu público em relação aos animais, meio ambiente e alimentação mundial. Apesar da falta de conhecimento sobre essa postura e até de alguns preconceitos que ocorrem, os adeptos mantêm seus ideais, sejam eles por religião, saúde, alimentação sustentável ou uma questão ética.

A sociedade, de forma geral, consome alimentos pouco saudáveis. Há aquele que particularmente procura fast food, comida pronta, e os que preferem alimentos de origem orgânica, sem aditivos. De acordo com o coordenador de Agronomia da Unochapecó, professor Fábio Busnello, veganos pensam no coletivo e prezam pela responsabilidade ambiental e animal. "É um grande passo para os não adeptos, que podem procurar por uma melhor qualidade de vida".

 

  (Foto: Rawpixel)
  (Foto: Rawpixel)

 

No dia 1 de novembro, é celebrado o Dia Mundial Vegano. E como este tipo de alimentação está cada vez mais frequente, separamos uma receita que pode ser preparada tanto por veganos como os não adeptos. A receita é indicada pelo pessoal da Gastronomia da Uno e é super fácil de fazer e ainda garante qualidade no paladar e na saúde.

 

Falafel

 

Ingredientes:

Grão de bico hidratado -  300 gramas

Salsa - ¹/² maço

Alho – 3 dentes

Coentro em pó  - a gosto

Cominho em pó  - a gosto

Sal - a gosto

Pimenta preta - a gosto

Óleo neutro  - 1 litro.

 

Modo de preparo:

1. Hidratar o grão de bico;

2. Processe o grão de bico hidratado com a salsa, o alho e o restante dos temperos até obter uma

mistura homogênea, tempere com sal e reserve;

3. Aqueça o óleo e frite pequenas porções;

4. O preparo dura aproximadamente 30 minutos pós fritura;

5. Pronto para servir.

 

 

E você, tem alguma curiosidade em relação a esse tipo de alimentação? Deixe nos comentários que a gente responde =)

 

 

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