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A singularidade das mães na Universidade

Histórias

Em homenagem às mães que frequentam a Unochapecó, como acadêmicas ou colaboradoras, apresentamos as histórias de Claudia Wilms, Claudia Dalla Porta e Liz Girardi Müller, mulheres que vivem a maternidade em meio aos desafios de suas profissões e a busca pelo conhecimento.

Para todos os filhos

 

Pelo filho, Claudia buscou uma nova profissão

Theo nasceu em 10 de agosto, no mesmo dia que sua mãe, Claudia Wilms. Foi aos oito meses de vida, após receber o diagnóstico de paralisia cerebral, que os pais passaram a buscar o suporte necessário para a evolução do filho. Em 2015, a família viajou para Santiago, capital do Chile, em busca de um novo método que garantisse a qualidade de vida do pequeno. Durante a estadia na cidade, Claudia participou do curso 'Cuevas Medek Exercises' com o médico Ramón Cuevas.

O método, chamado de CME, é baseado em uma dinâmica própria de exercícios para crianças que apresentam alguma dificuldade motora. Nas atividades, o profissional incentiva na criança o alongamento muscular e a influência natural da força da gravidade, por meio de mais de 600 movimentos. Em meio a esse ambiente, experienciando e atuando com o trato humanizado e sentimental com as crianças, a mãe de Theo começou a nutrir um grande carinho pela fisioterapia.

 

O carinho se transformou em um objetivo e uma nova perspectiva profissional. "Eu também quis fazer aquilo, não somente com o meu filho, mas com outras crianças. Esse prazer de ver a criança em pé pela primeira vez, dar o primeiro passinho, é muito emocionante, e me deixou certa do que eu queria para a minha vida. Foi ali onde comecei a ver a fisioterapia de outra forma", relata Claudia.

Com a paixão pela fisioterapia, veio a vontade de ajudar outras mães

Atualmente, aos 34 anos, ela é acadêmica do 5° período de Fisioterapia. Com a vivência do curso, está aprendendo diariamente a entender melhor as necessidades e desejos de Theo e anseia a atuação na área neurológica, após a formatura.

Em seu Instagram, Claudia compartilha seu dia-a-dia ao lado da família e na Universidade, e encontra ali um feedback positivo, ao passo em que estimula outras mães a darem novos passos no tratamento de seus filhos. Essa relação fortalece ainda mais o sentido das diversas versões da maternidade que Claudia vive: suas vivências como mãe, acadêmica e profissional se somam. "A maternidade, para mim, é amor incondicional. Vai além de tudo que é material, é amor, fé e superação", diz ela.

 

A nova super-heroína

 

Na Uno, Claudia é colaboradora da SERCA

A administradora Claudia Dalla Porta, de 30 anos, compartilha do nome e do sentimento pela maternidade, mas vive desafios diferentes. Sua primeira filha, a pequena Cecília veio ao mundo há um mês. A gestação aconteceu em meio a pandemia do Coronavírus, e demandou a mudança para o trabalho remoto. Claudia, que é mestre em Ciências Contábeis e atua na Secretaria Acadêmica da Unochapecó, viu a vida mudar completamente.

Longe das famílias, que vivem no Rio Grande do Sul, Claudia e seu esposo moram em Chapecó desde 2018 e se reinventaram diante da chegada da filha. “A experiência que se vive sendo mãe é única e exclusiva. É um novo olhar sobre tudo. Faz jus àquela frase clichê sobre ‘virar uma chave na vida’, porque realmente vira. Eu me sinto uma pessoa extraordinária, sim. Com muitas inseguranças, por estar vivendo algo novo, mas um misto de insegurança e certezas que a gente consegue dar conta”, relata.

Cecília: o 'Elemento X' do superpoder materno

 

Cecília ainda não sabe, mas despertou em Claudia uma sensação de ‘super-mulher’, que deseja chegar cada vez mais longe na profissão. “Ter gerado uma vida é algo tão poderoso e que faz a gente se sentir tão incrível. O sentir, o maternar, o amar incondicionalmente são as melhores explicações sobre o que é ser mãe. Essa experiência de ser mãe é transformadora. A gente se prepara por nove meses, mas é quando o bebê nasce que realmente cai a ficha, e isso traz uma paz sem explicação”, finaliza.

 

Amor que cabe no Lattes

 

Liz é professora da Graduação e do PPGCA da Unochapecó
Liz é professora da Graduação e do PPGCA da Uno

O sentimento de realização veio duplamente para Liz Girardi Müller, professora da graduação e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) na Unochapecó. Em 2014, enquanto estava grávida de Dora, sua primeira filha, Liz defendeu sua tese no doutorado de Ciências Farmacêuticas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

"A professora Stela Rates, minha orientadora (ela mesma mãe de dois filhos), sempre ofereceu todo o apoio necessário para que eu prosseguisse, encorajando-me a terminar a tese no prazo. Naquela época, eu não estava trabalhando e optei, então, por realizar a seleção para a bolsa de pós-doutoramento quando a Dora estava com quatro meses. Não foi um período fácil, mas foi possível graças ao suporte do meu marido, do meu pai, da minha irmã, do meu cunhado e da minha supervisora de pós-doutoramento", conta Liz.

Em 2019, enquanto a mãe já atuava na docência, Dora ganhou um irmãozinho, Martin. Considerando o modo em que a ciência atual é praticada, Liz sabia que a sua produtividade científica seria impactada. "Isto me causou grande angústia, tendo em vista que a lacuna na produção gerada na carreira da mãe pesquisadora após o nascimento de um filho é inequívoca. Quando a Dora nasceu, eu tinha uma rede de apoio próxima, artigos em produção e outros já submetidos, o que não causou um grande impacto no meu currículo. Porém, na ocasião do nascimento do Martin minha realidade era diferente, a Dora estava com cinco anos, estávamos longe de nossa rede de apoio e eu já estava atuando como docente", relembra. 

Liz e seus novos orientadores do 'Projeto Maternidade'

Para Liz, a vida materna é como um grande projeto, agora orientado pelos ‘professores’ Dora e Martin. Diariamente, Liz descobre uma versão melhor de si mesma vendo os filhos crescer, tornando-se pessoas que possam fazer diferença no mundo. "Trabalhar sempre me fez bem, me ajuda a dividir o foco e a energia entre a maternidade e a vida profissional, embora tenha havido momentos desafiadores, em especial durante o isolamento na pandemia. Também sei que nem toda mulher é assim, e está tudo bem também. Felizmente, a maternidade é hoje uma opção. De minha parte, afirmo que ser mãe é meu melhor papel, e faria tudo igual até aqui", finaliza.

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