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A tão esperada hora de tomar a vacina contra a Covid-19

Saúde

Texto Gabriel Kreutz*

 

Elevina Rosa veio acompanhada de uma de suas filhas no último sábado (13/03) pela manhã, até a Unochapecó. Apesar de estar em um ambiente universitário, o motivo de sua visita foi relacionado à saúde. Com seus 86 anos - quase 87, como ela mesma disse -, Elevina foi mais uma chapecoense que recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Depois de quase um ano, a mulher, que se diz de muita fé, e que tem um histórico de passar mal após tomar vacinas, não teve dúvidas, e decidiu se imunizar contra o vírus causador da pandemia.

– Tomara que dê certo. O sofrimento com essa doença é muito, e o medo é maior.

– E qual é o seu maior sonho para essa pandemia? - perguntei.

– Viver junto da família. Que as famílias se unam cada vez mais.

Quando questionada sobre a expectativa para tomar a segunda dose da vacina, que garante a imunização da doença, ela relata que espera esse momento, e que já sofreu o efeito devastador que é ver um familiar internado por conta da Covid.

– O meu filho mais velho teve essa doença, ficou 18 dias na UTI. Mas hoje ele se salvou, graças a Deus - completa.

 

 

Esse mesmo sentimento, uma certa ansiedade para tomar a primeira dose, e agora a espera pela segunda, também é compartilhada por Aurélia Pessali Tonin, de 79 anos. Era cerca de 8h30 quando ela também recebeu a vacina no sábado, e confirmou aquela história de que é só uma picadinha, garantindo que a vacina não dói nada.

– Eu achei legal. Tem tanta gente que falava que doía, mas não dói nada. Todo mundo tem que fazer mesmo, porque tem que ser o quanto antes, para vocês também, não sei se vocês já tomaram?

– Ainda não - respondi.

– Agora eu estou esperando a vacina para as outras pessoas, pois tenho toda uma turma mais nova que eu.

– E a senhora está ansiosa para tomar a segunda dose? - perguntei. 

– Um pouco, né, se bem que tem que se cuidar igual, né. Mas parabéns pra vocês, cuidaram bem disso aqui, está tudo bem organizado.

 

 

Como ela fez questão de ressaltar, mesmo após a primeira e a segunda dose, os cuidados devem permanecer. Isso foi consenso na fala dos idosos que receberam a vacina.

Desde o dia 06 de março, a Unochapecó se tornou um posto de vacinação contra a Covid-19, numa parceria com o município. Com isso, mais uma vez a Unochapecó mostrou o porquê é comunitária. Durante todos esses dias, idosos e profissionais da saúde passaram pela Universidade e receberam a dose de esperança. As ações foram organizadas por professores, técnicos e estudantes voluntários dos cursos da Unochapecó. No último sábado (13/03), foi a vez dos idosos com 78 anos ou mais receberem a vacina.

Para conferir mais relatos como os da Elevina e da Aurélia, acesse o instagram da Unochapecó.

 

Equipe dedicada

Se por um lado os idosos que receberam as doses ficaram tão felizes com esse momento, por outro os profissionais que puderam proporcionar esse momento ficaram ainda mais gratos.

“O sentimento é de felicidade e gratidão em estar contribuindo desde o início no processo de organização até o momento em que a Unochapecó se tornou um posto de vacinação. Estamos vivendo tempos difíceis, acompanhei muitas histórias e o desespero de muitas famílias, e hoje vejo esperança de dias melhores. A cada dose de vacina contra a Covid-19 aplicada, existe uma mistura de sentimentos, como a esperança, alegria e muita empatia”, relata a enfermeira da Unochapecó, Josieli Agostini, que coordena as salas de vacinação.

Estrutura da Universidade foi adaptada para realizar a vacinação

A enfermeira conta que, especialmente, poder trabalhar com os idosos neste momento, após um ano em que eles tiverem que viver com muitas restrições, é algo sem igual em sua carreira. “Nunca passamos pelo que estamos vivendo agora e essa vacina tem emocionado muita gente, principalmente os idosos e seus familiares. A gente vê o brilho e a gratidão nos olhos de quem está sendo vacinado e a emoção em lágrimas de muitos familiares. Temos a oportunidade de traduzir a palavra esperança para esses idosos”.

Gratidão também é a palavra escolhida pela estudante do 5º período de Enfermagem da Unochapecó, Suzamar Bortoluzzi, para representar esse momento. Ela também integra a equipe de voluntários que está aplicando as vacinas, e destaca sua felicidade em por poder contribuir de alguma forma para que os efeitos da pandemia sejam minimizados.

“Me senti muito especial e ao mesmo tempo feliz quando soube que faria parte de uma ação com idosos, pois desde criança tive um carinho muito grande e especial pela minha avó, que não está mais entre a gente. Pude retratar um pouco do que eu vivi quando criança ao receber cada idoso, cada qual com sua particularidade, mas com a simplicidade no olhar, afeto, amor, carinho, gratidão por ter recebido uma dose de esperança e assim estar junto com seus familiares sem o medo constante de ser mais uma vítima da Covid-19”.

Poder ter um gostinho da atuação profissional em um momento tão marcante para o país e o mundo, para a acadêmica, foi uma chance de aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos em sala de aula. “Além de ser uma ação que te direciona diretamente ao contato com outras pessoas, só é possível desenvolver um belíssimo trabalho em conjunto quando você enxerga que, por trás de cada pessoa, cada ser humano que se fez presente, seja sozinho ou acompanhado, existe uma alma que precisa ser cuidada, acolhida. Posso afirmar que fiquei surpreendida com todos os voluntários envolvidos nesta ação por meio da Unochapecó, que não mediram esforços e deram seu melhor em todos os momentos, utilizando-se de ética e, principalmente, mantendo a integridade de cada pessoa vacinada”, assinala.

 

*Jornalista - Diretoria de Marketing e Gestão de Marca (Unochapecó)

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