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Argos realiza conversa com autores sobre os impactos das Hidrelétricas

Meio Ambiente

Na última quinta-feira (28/04), a Argos Editora da Unochapecó, em parceria com a Livraria Universitária, promoveram uma conversa com os autores do livro "Impactos socioambientais da implantação da hidrelétrica Foz do Chapecó". Além das professoras organizadoras da obra, Márcia Luíza Pit Dal Magro, Arlene Anélia Renk e Gilza Maria de Souza Franco, pesquisadores da Universidade que possuem capítulos publicados no livro, compartilharam suas experiências. A atividade faz parte das comemorações dos 24 anos da Editora.

O livro trás pesquisas sobre os impactos da construção da Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó, que ocorreram entre 2005 e 2014, vinculados aos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais, em Ciências Ambientais e em Ciências da Saúde da Universidade. A obra contém também trabalhos de conclusão de curso de estudantes da graduação, dissertações de mestrado e artigos de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

No processo de implementação de uma Hidrelétrica, se destacam os impactos ambientais e os impactos sociais, principalmente com os moradores das áreas alagadas. Entre os capítulos do livro, estão estudos com os agricultores familiares e pescadores da região, estudos sobre a qualidade a água e do pescado, entre outros, como os processos de negociação com a população ribeirinha.

unoDe acordo com uma das organizadoras da obra, professora Márcia, com base em tantos impactos causados pelo empreendimento, o livro pergunta sobre a instalação da Usina. “Logo no primeiro capítulo, é questionada a real necessidade de implantação destes grandes empreendimentos hidrelétricos. O autor argumenta que hoje existem outras formas de produção de energia, que dariam conta de atender a demanda que temos, sem empreendimentos de grande porte que causem tanto impacto”, afirma.

Entre os principais impactos ambientais, está a diminuição da quantidade de espécies que habitam aquela região, que não se adaptam à mudança do rio, e a intoxicação de peixes por metais pesados, pela água que não troca mais constantemente. Para as populações, as principais mudanças estão na qualidade do rio e nas relações pessoais da comunidade. “Esta situação acelera um processo que já é bastante discutido na região, que é a saída da população rural em direção às cidades. A chegada deste empreendimento impacta em todo um modo de viver desta população ribeirinha, que se organizava por meio da comunidade, algumas inclusive, viviam ali por muitas gerações”, relata a professora.

Conhecer para agir

Mais que divulgar o conhecimento científico sobre a nossa região. Para Márcia, a obra possui um caráter de registro e exemplo para outras ocasiões. “A primeira função é o registro da nossa história para que a gente possa reconhecer e entender que transformações são essas e como elas afetam nosso cotidiano. A segunda contribuição é para que esse registro sirva de base para as negociações futuras, pois existem vários empreendimentos previstos e não realizados no rio Uruguai ainda” assinala. A professora destaca que este trabalho, contribuiu para visibilizar atores que geralmente são invisíveis, como é o caso dos pescadores.

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