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Palestra enfoca saúde mental no trabalho

Geral

A saúde mental no trabalho foi o tema abordado na palestra que ocorreu no dia 11 de abril, no salão de atos da Unochapecó. Contou com a presença do professor doutor Álvaro Roberto Crespo Merlo, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pesquisador referência no assunto. A atividade teve como objetivo construir rotinas de atendimento em saúde mental e trabalho em pacientes atendidos pelo SUS. Foi ação do projeto Rede de Cuidados em Saúde do Trabalhador, do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde e do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (Pró-PET-Saúde), articulada ao projeto coordenado pelo professor e financiado pelo Ministério da Saúde.

Segundo o professor Álvaro Roberto Crespo Merlo, a saúde no trabalho é muito importante, pois o trabalho não é somente para adquirir bens materiais, mas também é responsável pela constituição da identidade do sujeito e a possibilidade de realização pessoal. Porém, ressalta que para isso ocorrer é necessária a qualidade de vida no trabalho. “Estamos vivendo em uma era do capitalismo financeiro, onde se quer lucro e não importa os meios para se chegar a isso. Alguns dos efeitos desse modelo são a imposição de metas de trabalho individualizadas, o fim da solidariedade nos contextos laborais e a sobrecarga de trabalho”, explica Merlo.

De acordo com a coordenadora da atividade, professora Márcia Pit Dal Magro, é fundamental abordar a saúde mental no trabalho tendo em vista as recentes mudanças que vem afetando os contextos organizacionais, as quais geram sofrimento psíquico aos trabalhadores e, em muitos casos, o adoecimento mental. “Atualmente os transtornos mentais e comportamentais são a terceira principal causa de afastamentos do trabalho no país, com destaque para os diagnósticos de depressão. Nesse sentido, também faz-se importante sensibilizar os profissionais de saúde para observar a dimensão trabalho nas demandas trazidas pelos trabalhadores usuários do SUS”, alerta.

Levantamento de dados

Na região Oeste Catarinense existe o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), que atende 76 municípios e tem por objetivo identificar os problemas de saúde relacionados ao trabalho e organizar ações voltadas à saúde do trabalhador. O município de Chapecó também conta com o Serviço de Atenção à Saúde do Trabalhador (Sast), que realiza assistência aos trabalhadores da rede pública de saúde.

Apesar dos avanços no campo da saúde do trabalhador, ainda falta a capacitação dos profissionais de saúde para reconhecerem e atuarem em relação às queixas em saúde relacionadas ao trabalho. De acordo com a assistente social e coordenadora da Comissão Intersetorial em Saúde do Trabalhador (Cist-Chapecó), Elisônia Renk, fazer a relação da doença mental com o trabalho ainda é muito complexo. “Se pegarmos os dados da Previdência identificaremos muitos casos de LER e depressão, mas eu vejo que não conseguimos fazer a relação com o trabalho, pois esse assunto ainda é muito novo na saúde. Este ano estamos realizando a IV Conferência Nacional da Saúde do Trabalhador e aqui em Chapecó a II Conferência Macrorregional da Saúde do Trabalhador que vai discutir as questões mais específicas na nossa região”, informa Elisônia.

Pró-PET-Saúde

O programa possui um projeto intitulado “Rede de Cuidados em Saúde do Trabalhador”, em andamento, que debate essa temática a partir das problemáticas identificadas no município. Nesse sentido, estão sendo realizadas pesquisas e intervenções voltadas a saúde do trabalhador na região. “As ações desse grupo na rede de saúde e a grande procura para participar no evento sobre saúde mental e trabalho nos vem mostrando a importância de se debater essa temática em nossa região”, explica a professora Márcia.

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