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Aula Magna de Biblioteconomia discutiu a prática da leitura no Brasil

Educação

“Existe uma relação direta entre índice de leitura e índice de desenvolvimento. Países com maior número de leitores são países mais desenvolvidos”, afirma o bibliotecário Cristian Santos, da Câmara dos Deputados de Brasília, que participou da aula magna do curso de Biblioteconomia Unochapecó, no último sábado (06/08). O evento, que contou com a participação de estudantes e profissionais da área, debateu os dados da leitura no Brasil, através de uma pesquisa que é realizada de três em três anos.

Os livros são sinônimos de leitura, mas segundo Cristian eles não são os mais lidos, pois existe uma série de outras modalidades de leitura que são consideradas legítimas. “Precisamos repensar este processo de qualificar e desqualificar modalidades de leitura. Quem disse que ler postagens nas redes sociais não é um tipo de leitura? A questão é tentar estabelecer links nestas redes com uma leitura mais formal”. Ele explica também que os brasileiros leem muito jornal, e que os profissionais de biblioteconomia devem estar atentos à estas preferências.

De acordo com Santos, os dados desta pesquisa possibilitam uma reflexão entre a relação das bibliotecas e a leitura. “Nesta pesquisa foi constatado um aumento no índice de leitores no Brasil, mas não um aumento na frequência de pessoas nas bibliotecas. Se ela é um espaço de leitura e construção de saberes, por que as pessoas frequentam cada vez menos no Brasil? É necessário entender como estas questões ocorrem para  desenvolver políticas de leitura”. O palestrante destaca ainda, que algumas bibliotecas perdem frequentadores, pois não permitem o acesso à internet, “eles entendem que não é uma fonte de informações legítimas e isso não é verdade, pois a internet é uma importante ferramenta de pesquisa”, ressalta.

Considerada uma profissão do futuro, a coordenadora do curso, professora Miriam Mattos, destaca que a biblioteconomia também é uma profissão essencial no presente. “Na sociedade da informação em que vivemos, é justamente a informação o nosso objeto de trabalho, e sem uma informação organizada não tem como esta sociedade se desenvolver”. A professora explica que graças ao trabalho do bibliotecário, toda informação científica fica organizada, possibilitando as pesquisas.

Para o Coordenador da área de Ciências Humanas e Jurídicas da Universidade, professor Gláucio Wandre Vicentin, o acesso à biblioteca tem se tornado mais acessível com a chegada de novas tecnologias. “É só a forma que está mudando, mas o importante é ter acesso e proporcionar a leitura. A forma digital está se democratizando cada vez mais, possibilitando que mais pessoas possam acessar conteúdos. O que tem que ser trabalhado é a cultura de acesso, pensando em uma forma que as pessoas tenham prazer acessando essas modalidades”, afirma.

Iniciando no curso neste semestre, a auxiliar de biblioteca Viviane Pereira pretende se capacitar para continuar atuando na área. “A biblioteca nunca vai deixar de existir, os livros sempre vão fazer parte da vida acadêmica do estudante e agora com a nova exigência de que toda escola deve ter um bibliotecário, é um campo que tende a crescer muito”, destaca. Para Marcio Follmann, que também ingressa este semestre no curso, o fator da lei normativa que entrar em vigor a partir de 2020 vai aumentar a procura pelo profissional de biblioteconomia “todos os campos particulares e órgãos públicos estão se adequando, por que nas escolas a maioria das bibliotecas não possui um profissional bibliotecário”.

 

Biblioteca da diversidade

Um projeto de Cristian Santos, que foi apresentado na palestra, é a construção de uma biblioteca física em Brasília, com conteúdo especial para a comunidade LGBT, denominada “Biblioteca da Diversidade”. “A ideia nasce de um diagnóstico, que a cada 28 horas um homossexual é assassinado no Brasil por conta de sua orientação sexual. Não existe apenas um discurso de ódio, mas uma prática de ódio, que faz os homossexuais serem agredidos, mortos ou não conseguirem se empregar pelo fato de serem homossexuais”. Por enquanto o projeto está em fase de arrecadação de doações e títulos, mas quando estiver concluída, poderá ser utilizada por todas as pessoas.

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Biblioteconomia
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