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Bateria Velho Oeste une estudantes de Medicina

Cultura

Texto Juliane Bee*

 

Um time. Essa é a palavra que melhor define a Bateria Velho Oeste, um grupo formado por estudantes do curso de Medicina da Unochapecó que se reúnem para tocar instrumentos de percussão. A vontade de levar o nome da Universidade para outras cidades motivou os acadêmicos a começarem o grupo que, em menos de um ano, conquistou o segundo lugar no Desafio das Baterias no Intermed Sul 2017, realizado em setembro.

A ideia de criar a bateria surgiu ainda no ano passado. O objetivo, era participar do Intermed, os jogos das Escolas Médicas dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com o apoio da reitoria da Universidade, uma semana antes do evento, o grupo recebeu os instrumentos e começou a ensaiar. A primeira participação no Desafio das Baterias serviu de aprendizado para que eles avaliassem o que precisavam melhorar. O próximo ano seria deles.

O estudante do sexto período, Júlio César de Oliveira, é o diretor da banda. Ele conta que depois da apresentação, foi possível perceber que era preciso criar uma identidade musical. No estatuto é exigido o samba, então ele passou a estudar o ritmo e a buscar referências na internet. "As baterias do nordeste têm um nível de excelência e, para me preparar, assisti muitos vídeos deles buscando inspiração", comenta.

Mas engana-se quem pensa que a bateria é só um grupo de pessoas tocando instrumentos de percussão. O nível é alto, segundo a estudante Maria Luisa Bianchi Cruz, também do sexto período, que foi promovida a coreógrafa da Velho Oeste. Conforme a estudante, algumas equipes contratam um mestre de escola de samba para reger a bateria, outras, um coreógrafo profissional. Júlio e Maria Luisa precisaram aprender a exercer suas funções para que o trabalho funcionasse. 

 

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Trabalho em equipe

A rotina corrida das aulas em tempo integral não foi problema para os integrantes. O planejamento dos ensaios começou logo depois da primeira competição. Uma vez por semana ou a cada quinze dias, os estudantes se reuniam para ensaiar. As semanas que antecederam a competição foram mais intensas, com práticas uma vez por dia, durante quatro horas. "Muitas vezes tivemos que faltar algumas aulas, então contamos com a compreensão dos colegas e professores. A bateria representa o curso, então tínhamos que dar o nosso melhor", conta Júlio.

A partir dos ensaios e do engajamento dos membros, o grupo percebeu que tinha uma chance na competição. As meninas, responsáveis pelo tamborim, precisavam ensaiar separadamente a coreografia. Mas o esforço valeu a pena. "Quando recebemos o resultado, foi incrível, porque as inúmeras horas de ensaio foram recompensadas" pontua a coreógrafa.

Júlio explica que a bateria é responsável por unir o estudantes do curso, por ser como um esporte coletivo. Um precisa do outro e todos precisam estar em sintonia. "Nos outros anos, durante o Intermed, o grupo ficava mais disperso. Hoje, o pessoal canta junto e apoia. Todo mundo se dedicou e foi responsável por essa conquista".

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Experiência única

Os estudantes contam que, durante o Desafio das Baterias, todos os competidores do Intermed se juntam no ginásio para acompanhar. De acordo com Júlio, se o grupo fizer uma apresentação que anime o público, já vale a pena. "A gente entrou feliz e todo mundo percebeu isso. Quando puxamos 'vamo, vamo, chape!', todos cantaram conosco. Foi surreal", relembra o estudante.

A apresentação da bateria Velho Oeste conquistou o segundo lugar na competição deste ano, realizada em Tubarão. Vinte e dois estudantes se apresentaram, mas devido a premiação, esse número vai aumentar. "Ganhamos mais de mil reais em instrumentos, passando a contar com 26 integrantes".

Ele conta ainda que depois de ficar entre as melhores da competição, a Universidade passa a ter outro olhar perante as outras. "Hoje eu posso dizer que além de nos unirmos, também levamos o nome da Medicina Unochapecó para fora", afirma.

 

Da universidade para a vida

Segundo Maria Julia, a Medicina é um curso que suga muita energia. A maior parte das aulas é em horário integral. A estudante sente falta de uma atividade para sair da rotina e enxerga a bateria como uma válvula de escape. "No fim do semestre sempre fico desgastada, mas, quando chego no ensaio, é como se eu esquecesse de tudo", confidencia.

 

Confira a apresentação dos estudantes no Intermed Sul:

 

*Estagiária, sob a supervisão de Greici Audibert.
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