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Chapecó na Seleção Brasileira de Futsal Feminino

Esporte

Texto Ana Vertuoso e Ícaro Colella*

 

A Unochapecó foi sede, entre os dias 23 e 26 de maio, da 5ª Clínica de Futsal Feminino. A atividade foi a primeira realizada em uma Universidade no Sul do país, e ofereceu capacitações para diversos profissionais da área esportiva, especialmente, Educação Física e Fisioterapia. Além disso, a Clínica foi um espaço para a Seleção Brasileira de Futsal Feminino se preparar para a próxima competição. A equipe treinou por quatro dias no Ginásio da Unochapecó, antes de seguir para Xanxerê, onde disputa o primeiro Grand Prix da modalidade. Durante os quatro dias, os participantes tiveram palestras com a comissão técnica e puderam assistir os treinos da equipe.

Apesar de ser a primeira vez que a Seleção treina em Chapecó, algumas atletas se sentiram em casa. Isso porque, entre as convocadas para essa etapa de jogos, estão três atletas que atuam em times da cidade. Amanda e Micheli jogam pela Female Futsal, e Ana Luiza, pela Adell, equipes apoiadas pela Unochapecó.

Amanda Rossato (Ala da Female)

Todos devem imaginar que ser convocado para a Seleção é, para quase todos atletas, a maior meta quando se começa a praticar um esporte. E esse sempre foi o desejo da integrante da Female Futsal, Amanda Rossato, de 23 anos, desde quando iniciou no futsal, por influência da família. Aos 07 anos ela entrou na escolinha, em Pinhalzinho, sua cidade natal. Aquilo que começou como brincadeira, foi tomando corpo e a jovem começou a gostar e se destacar nos treinos e competições. Até que, em 2009, surgiu a oportunidade de representar Chapecó. A atleta agarrou a chance, e atua como Ala da Female Futsal até hoje.

Pela primeira vez, Amanda vai participar de um jogo oficial vestindo a camisa da Seleção. Ela espera por grandes jogos, e pretende continuar com a trajetória de sucesso da equipe, que nunca perdeu uma competição oficial. Além disso, a atleta treina arduamente para orgulhar sua família. "Hoje, a convocação é uma conquista minha e deles. Estar na Seleção representa que o meu trabalho foi reconhecido e valorizado".

Amanda é formada em Educação Física Licenciatura pela Unochapecó. Atualmente, cursa o Bacharelado, e destaca que só chegou onde está por conta do futsal. Ela reconhece que conciliar a rotina acadêmica à esportiva é um trabalho e tanto, devido aos treinamentos e viagens, que a afastam muito tempo das aulas. "A gente joga por amor. Quando temos a oportunidade, como aqui na Female, de estudar e conciliar com a rotina esportiva, isso nos motiva muito a continuar", comenta.

 

Realização de um sonho 

Apesar de ter entrado na escolinha um pouco mais tarde que as colegas de equipe, o esporte não demorou para conquistar Micheli Tres Villa. A Michi, como é conhecida por todos, compartilha do mesmo sonho que Amanda. Natural da pequena Constantina, no Rio Grande do Sul, ela começou a praticar futsal com 11 anos. A dedicação e o amor pelo esporte eram tantos, que apenas seis anos depois, aos 17, a atleta conseguiu uma vaga na Female Futsal. Mesmo menor de idade, sem conhecer muito bem a cidade, e sem a certeza de que o futuro no esporte daria certo, Micheli se mudou para Chapecó.

Micheli Tres Villa (Ala da Female)

Na cidade, que é sua casa até hoje, a atleta já teve outras conquistas. Ela também se licenciou em Educação Física na Unochapecó e atualmente cursa o Bacharelado, mas a rotina agitada não é nada fácil. "Às vezes perdemos várias aulas presenciais quando temos competições. Por exemplo, agora que estamos com a Seleção, são 15 dias sem ir para a Universidade. Temos que conversar com os professores, nos desdobrar, mas com um pouco de organização conseguimos fazer tudo sem deixar nenhum dos dois de lado".

Hoje, com 23 anos, ela joga como Ala da Female, e já está acostumada a vestir a camisa da Seleção. Micheli participou do Sul Americano, na categoria Sub-20, e no final do ano passado, foi chamada para disputar uma série de amistosos contra a Argentina. Porém, esta convocação também tem um gostinho muito especial, já que é a primeira vez que a atleta irá representar o Brasil na categoria principal de uma competição. "Fiquei muito feliz quando descobri. A cada convocação nós ficamos agoniadas esperando o resultado, e dessa vez o meu nome estava na lista de quem iria participar do Grand Prix", relembra.

Não importa quantas vezes um atleta é convocado para representar seu país, a sensação sempre será única. Depois de tanto esforço, treinos e sacrifícios, jogar pela Seleção representa o momento de colher os frutos.

"Ser convocada é o sonho de toda menina que começa a jogar. Acho que todas almejam um dia estar na Seleção, algo que para muitas é o topo de onde podemos chegar. É onde podemos ver que todo o nosso trabalho teve reconhecimento", conclui Micheli.

 

Manter o legado 

Entre as atletas que atuam em Chapecó e foram convocadas para a Seleção, a mais nova é Ana Luiza Almeida do Nascimento, popular Neguinha, de apenas 19 anos. A pivô da Adell é, também, quem percorreu a maior distância até chegar na equipe que representa hoje. A jovem é natural de Belém, no estado do Pará, e começou a jogar quando tinha apenas cinco anos, em uma escolinha onde treinava junto com os meninos.

Após uma década de muita dedicação, Ana também teve que decidir entre a carreira que tanto sonhava e a proximidade da família. Aos 15 anos, ela conquistou uma vaga para jogar em Balneário Camboriú, a mais de 3500 km de sua casa. Neguinha morou na cidade por quatro anos, até seu talento chamar a atenção da Adell, que a chamou para atravessar o Estado e integrar a equipe no início deste ano.

Ana Luiza Almeida do Nascimento (Pivô da Adell Chapecoense)

A convocação é quase sempre uma surpresa, e para Ana, a emoção de receber esta notícia foi ainda maior. A jovem tem idade para competir em categorias de base, e estava jogando futebol de campo há alguns meses. Para ela, a sensação de ver seu nome na lista de convocadas da Seleção Adulta é difícil de pôr em palavras. "Isso foi muito inesperado para mim. É um momento único, poder representar o Brasil é algo inexplicável", comenta.

Mesmo com toda a responsabilidade que carrega, Ana se mantém confiante em relação aos jogos. Isso, graças ao apoio do treinador, Wilson Sabóia, e principalmente, das colegas mais experientes, que deixam a atleta segura. "Eu espero ir bem nos jogos. Só de estar ao lado das melhores estou aprendendo muito. Você já entra em quadra pensando em manter o legado de nunca perder, porque todas as equipes querem ganhar do Brasil".

 

Apoio ao esporte

O nervosismo e o frio na barriga são parte do processo, o caminho das meninas é longo e só está na primeira etapa. Depois do treinamento, elas seguiram para Xanxerê, onde aguardam a estreia do Grand Prix, que acontece nesta quinta-feira (30/05), contra o Paraguai. Para o coordenador do Núcleo de Desporto Universitário da Unochapecó (NDU) e professor do curso de Educação Física, Felipe Corbellini, a expectativa para a competição é positiva. "A comissão técnica acredita que as meninas têm condição de chegar à final e serem campeãs. A Seleção Brasileira nunca perdeu um jogo oficial, tem 6 títulos mundiais, é a equipe de maior relevância no mundo, e eles querem manter essa hegemonia".

A Clínica contou com palestras e interação com a equipe técnica 

Além de proporcionar um bom lugar de treinamento para as meninas da Seleção, a Clínica realizada na Unochapecó também foi uma oportunidade única da equipe se aproximar do público e de futuros profissionais da área.

"Foi uma experiência importante para trocar informações, as atletas e comissão técnica foram muito acolhedores nesse sentido. Os participantes da Clínica gostaram tanto de assistir aos treinos, quanto de participar das palestras proferidas pela comissão técnica e pelos gestores da Seleção. Acreditamos que tenha atingido, e até superado as nossas expectativas", comenta Felipe.

Para o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da Unochapecó, professor Marcio da Paixão Rodrigues, a Clínica de Futsal foi uma oportunidade única de receber a Seleção Brasileira no campus e reforçar o apoio da Uno aos esportes. "Muito importante toda essa transferência de conhecimento para nossa comunidade acadêmica. Um trabalho intenso que acaba coroando todo esforço que a Instituição faz em relação ao esporte amador de Chapecó e região", finaliza.

 

*Estagiários, sob supervisão de Gabriel Kreutz

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