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Confiança dos consumidores mostra indícios de recuperação em julho

Mercado

Após demonstrar estabilidade em junho, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado para Chapecó, registrou 59,74 pontos em julho. Em comparação com o mês anterior, houve um aumento de 9,60%, enquanto foi registrada uma variação de -34,72% em comparação ao mês de julho de 2019. Os dados são da pesquisa realizada pelo curso de Ciências Econômicas da Unochapecó, junto com o Sindicato do Comércio (Sicom), por meio do Sicom pesquisas.

O resultado positivo do ICC neste mês indica que os consumidores estão se sentindo mais confortáveis com a sua situação econômica atual e com o futuro, quando comparado a junho. Isso porque se percebeu melhorias no índice de condições econômicas e, principalmente, no índice de expectativas de consumo. O principal condutor dessa elevação foi uma redução no número de respostas pessimistas, que foi acompanhada por um leve aumento no otimismo.

Os avanços das pesquisas que buscam desenvolver uma vacina para a Covid-19 não parecem ser a causa do crescimento na confiança, já que apenas 29,17% dos participantes demonstraram que estão menos preocupados com o vírus neste mês do que no mês anterior. Enquanto isso, 34,03% afirmaram que a sua preocupação aumentou e 36,91% permaneceram neutros sobre esse assunto. Dessa forma, outras possíveis explicações incluem a redução na taxa Selic à menor taxa histórica do país, 2,25%. Essa explicação está relacionada com a melhoria nas expectativas sobre o futuro, que foi a principal força de propulsão do ICC neste mês e a taxa de juros tem uma influência considerável sobre o pensamento de longo prazo.

Além disso, após a reabertura do comércio no município, próximo da metade do mês de abril, muitas atividades já acumulam um período de abertura superior a um mês. Isso também pode ter elevado a confiança dos consumidores, pensando que essas atividades permanecerão em funcionamento e de que outras, ainda bem restritas, voltarão a operar ou poderão aumentar a capacidade de operação em breve. Esse sentimento faria com que os consumidores avaliassem de forma mais positiva as suas expectativas para a economia nos próximos doze meses, que é exatamente o que foi observado nas respostas dos participantes.

O resultado deste mês é muito positivo, já que a ampliação da confiança é um dos fatores chave para a retomada da economia, em decorrência da tendência de aumento no nível de consumo e de investimentos. Ainda assim, cabe destacar que a pontuação do ICC continua em um nível historicamente baixo, sendo o terceiro pior resultado de toda a série.

Neste mês, a amostra da pesquisa foi composta por 90 mulheres e 54 homens de diversas faixas etárias e classes de renda. A análise é segmentada também por características individuais dos consumidores: gênero, idade e renda. O levantamento foi realizado entre os dias 16 e 29 de maio, por meio do Google Formulários.

Em uma análise dos grupos que compõe o ICC, os que apresentaram as maiores variações positivas foram dos consumidores que têm renda inferior a R$ 2 mil (27,00%), acompanhado pelo grupo das pessoas com até 24 anos (17,42%) e em seguida pelas mulheres (9,36%). Em oposição, o único grupo que registrou uma variação negativa foi o das pessoas com renda superior a R$ 4 mil (-14,67%).

Para este mês, a média da renda dos participantes da pesquisa resultou em R$ 2.361,50, novamente com redução se comparada a do mês anterior (R$ 2.872,10). A expectativa de gastos extras também diminuiu, em junho essa expectativa era de R$ 393,39, e neste mês ela é de 390,72. Já a expectativa de gastos pela internet apresentou crescimento pelo terceiro mês consecutivo, em junho ela era de R$ 176,46 e neste mês atingiu R$ 226,13, chegando ao maior patamar desde maio de 2018. Esse crescimento contínuo na expectativa de gastos pela internet, levando-a até este patamar elevado, mostra que as pessoas estão encontrando nesse meio uma alternativa de menor exposição social que as permite concretizar seu consumo com mais segurança.

 

Subíndices

O Índice de Condições Econômicas (ICE) registrou um novo aumento e alcançou 59,87 pontos em julho, uma variação de 2,99% em relação ao mês passado. Os resultados indicam que os consumidores estão mais confiantes em relação às suas finanças e às condições para aquisição de bens duráveis, se comparado com junho.

Também com uma variação positiva, o Índice de Expectativas de Consumo (IEC) aumentou 14,11% na comparação com junho, chegando aos 59,66 pontos. O IEC mensura o sentimento dos consumidores com relação ao futuro, tanto da situação econômica pessoal quanto do país como um todo. Dessa forma, essa elevação revela que os consumidores estão mais confiantes em relação aos próximos meses. Apesar do resultado positivo, cabe destacar que o cenário ainda passa muita incerteza aos consumidores, pois, assim como nos meses anteriores, ainda foi percebido um número considerável de participantes que responderam não saber como estará a situação financeira familiar e do país no futuro. Esse padrão de resposta não é computado no cálculo dos indicadores, mas reflete – e muito – o cenário de incerteza.

O Índice de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (IEIC) permite sondar o nível de obrigações a pagar ou em atraso que o consumidor possa ter, como por exemplo, cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e outras dívidas. Neste mês, o IEIC atingiu uma variação de 11,36%, chegando a 123,59 pontos. Este resultado é positivo e está alinhado com a diminuição do nível de endividados e inadimplentes do município. Dentre os 144 consumidores entrevistados, 72,92% têm alguma obrigação a pagar. Entre os endividados, 18 consumidores (16,82%) também revelaram que estão inadimplentes, ou seja, com obrigações em atraso, especialmente com cartão de crédito e financiamentos de casa ou apartamento.

 

Hábitos de consumo durante a pandemia

Conhecer os hábitos dos consumidores é fundamental para que recursos sejam alocados da melhor forma possível nas empresas e para entender e explicar de forma mais precisa os fenômenos econômicos de um local. E com a Covid-19 em cena, é de se esperar que alguns hábitos tenham sido alterados.

Com isso em vista, a pesquisa deste mês revelou que apenas 9,7% dos consumidores não alteraram qualquer hábito nesse momento. A ampliação dos cuidados de higiene foi a mudança mais apontada pelos participantes (81,3%), seguido pelo aumento nas atividades online (71,5%), aumento na busca por promoções (32,6%) e maior quantidade de compras pela internet (25,7%). Além disso, 53,5% dos participantes deixaram de consumir alguns bens ou serviços que tinham o hábito antes do início da pandemia.

Outra estatística interessante é que 64,6% dos respondentes afirmaram que irão manter pelo menos um desses hábitos após o fim da pandemia, enquanto apenas 11,1% confirmaram que não manterão qualquer novo hábito. Isso significa que algumas adaptações desse período não são apenas passageiras, mas se irão se consolidar como novos hábitos de consumo no futuro.

Sobre a influência na vida financeira dos consumidores, 56,9% deles asseguraram que não houve alteração na sua renda em decorrência da pandemia, enquanto 36,1% constataram diminuição na mesma. Levando isto em conta, 53,5% dos participantes revelaram ter realizado cortes em gastos extras, no tempo em que 13,9% demonstraram terem cortado até gastos essenciais e 24,3% ainda mantém o mesmo nível de gastos do período pré-pandemia.

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