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Conheça o Blusiã, uma alternativa para mulheres mastectomizadas

Inovação

Texto Juliane Bee*

 

Para muitos, a cor rosa é lembrada por representar a feminilidade, a beleza e a elegância. No mês de outubro, além desses significados, a cor também simboliza a luta contra o câncer de mama. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no último ano, cerca de 58 mil casos foram identificados no Brasil. Do diagnóstico à cura, são muitos os passos vivenciados nessa jornada. Em muitos casos, a mastectomia, que é a remoção da mama, é uma dessas duras etapas. Para ajudar nesse momento, a Unochapecó, através do programa Modelar Moda, desenvolveu o Blusiã, uma blusa íntima que substitui o sutiã, protegendo o corpo feminino depois da cirurgia. 

O programa Modelar Moda foi criado em sala de aula, com o objetivo de pensar a gestão em design, de forma social. A ideia era atender segmentos de mercado ainda não abraçados pelo mundo da moda. A partir de estudos, um grupo de acadêmicos do curso de Design de Moda observou que mulheres mastectomizadas apresentavam dificuldades para se vestir.

Segundo a professora responsável pelo projeto, Tatiana Zacheo, a indústria da moda ainda é pouco eficaz para atender essa demanda, por desconhecer as necessidades de cada mulher. Por isso, a ideia do projeto era desenvolver uma peça íntima que fosse confortável e respeitasse os diferentes corpos femininos. 

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Ao longo das conversas com mulheres que passaram pela mastectomia na Rede Feminina de Combate ao Câncer de Chapecó, foram avaliadas algumas situações com as peças disponibilizadas pelo mercado. Desconforto, falta de autonomia e insegurança foram observações feitas pelo grupo. Portanto, conforto, usabilidade, praticidade, estética, durabilidade e, principalmente, baixo custo, foram requisitos básicos para a criação blusiã.

A estudante do curso de Design de Moda, Tatiane Schneider, participou do projeto e comenta que já nos primeiros encontros percebeu que o blusiã só elevaria ainda mais a autoestima dessas mulheres, felizes por terem vencido a doença. Para ela, o projeto teve um impacto real na vida das participantes. "Ninguém teve essa sutileza de pensar na moda de forma inclusiva, voltada para realidades e corpos diferentes".

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Como é o caso de Maristela Canali, 56 anos, diagnosticada com câncer de mama há 20 anos. Ela acredita que o blusiã é uma necessidade, pois nenhum sutiã a deixa confortável para usar certas peças de roupas. "Agora vai me dar suporte, vou poder até dançar", conta.

Até o resultado final, foram realizados diversos testes, que aconteceram entre março e dezembro de 2016. Depois de pronto, os moldes foram disponibilizados na internet, para que outras mulheres possam ter acesso, criando seu próprio blusiã. "Queremos repassar o conhecimento desse projeto para que elas não dependam dos sutiãs oferecidos no mercado atual", finaliza a professora.

Os moldes do blusiã estão disponíveis no site do programa Modelar Rosa.



*Estagiária, sob a supervisão de Greici Audibert.
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Outubro rosa
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Blusia

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