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Curso de Ciências Biológicas completa 25 anos de história

Educação

Texto Juliane Bee*

 

O ser humano é apenas uma peça do quebra-cabeça chamado vida. Suas escolhas e seu papel no ecossistema são estudados pela biologia, que através de suas descobertas auxilia na qualidade de vida das espécies. Pioneiro na região, neste ano o curso de Ciências Biológicas da Unochapecó completa 25 anos de história. Para celebrar este marco, acontece no sábado (18/11) um encontro entre professores, egressos e estudantes que contribuíram com a trajetória do curso. A comemoração ocorre na Sede Campestre Piscina Clube, a partir das 19h.

O ano era 1992. Pensando em preencher uma lacuna na região e complementar os cursos de licenciatura já ofertados, como Matemática e Pedagogia, a Unochapecó inaugurou o curso de Biologia. Na época, em busca de crescimento profissional, o então especialista Valdecir Luiz Bertollo procurou a Universidade. A parceria deu certo, e o sonho de ser professor universitário se realizou. Ele foi um dos primeiros professores do curso, e nos últimos 25 anos é o responsável por ministrar a disciplina de Biologia Celular na Unochapecó.

Ele comenta que nos primeiros anos o foco do curso era voltado para a área da saúde. Depois de um tempo, a coordenação se reuniu e pensou como poderia contribuir ainda mais com a região e o que daria mais acesso ao mercado de trabalho. O foco, então, passou a ser na área ambiental, pouco desenvolvida na região, mas com maior perspectiva de mercado.

Segundo o professor Valdecir, uma das grandes virtudes do curso é o corpo docente. A equipe de professores se preocupa muito com a formação do estudante e por este motivo é referência nacional. Prova disso é a conquista, em 2017, do Selo CFBio de Qualidade de Cursos de Ciências Biológicas, concedido pelo Conselho Federal de Biologia aos 18 melhores cursos de biologia do país. “Além de transmitir conhecimento, qualificando o estudante para o mercado de trabalho, o curso também se preocupa em formar cidadãos”, ressalta.

Conforme o professor, para o estudante ser um bom profissional ele precisa sempre se atualizar, pois a biologia é a profissão do futuro. “Somos interdependentes, todos dependem de todos. Essa é a lógica natural das coisas. A biologia é a melhoria da qualidade de vida, seja de microorganismos a seres humanos, essenciais para o ciclo da vida”, explica.

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Vivenciando a história

Atualmente, a coordenadora do curso é a professora Eliara Solange Müller. Egressa da Unochapecó, ela acompanhou de perto essa trajetória e hoje é colega de trabalho de seus antigos professores, como Valdecir. "Pude vivenciar o curso de todas as formas possíveis, como estudante, professora e agora coordenadora", conta.

Eliara se formou em Biologia pela Unochapecó em 2000. Nessa época, a mesma matriz curricular formava bacharelado e licenciatura. A atual grade do curso oferta duas matrizes curriculares, uma de bacharelado e uma de licenciatura, e o estudante escolhe a modalidade que quer cursar. Conforme a professora, a licenciatura prepara o acadêmico para ser professor, seja do ensino fundamental ou médio. Caso queira atuar em outras áreas, o aluno precisa complementar sua formação, não necessariamente cursando o bacharelado, mas uma especialização ou complementação de horas, por exemplo.

Já no bacharelado, o futuro biólogo pode trabalhar em uma empresa ou em um órgão público, como a Secretaria do Meio Ambiente, o Ibama e a Fatma. Segundo Eliara, existem muitas áreas de atuação para este profissional fora do tradicional laboratório, a exemplo, a pesquisa no campo, com o levantamento de fauna e flora, relatórios de impacto ambiental e gestão de recursos hídricos e sólidos. "Quando pensamos no papel do biólogo podemos separar em quatro áreas: educação, meio ambiente e biodiversidade, biotecnologia e saúde", complementa.

A professora comenta que a maior preocupação do curso é a qualidade da formação profissional, independente de ser bacharelado ou licenciatura. O importante é que ele tenha domínio do conteúdo. "O biólogo é um profissional essencial na sociedade que ajuda os seres humanos a entenderem seu papel na natureza, indicando quais são as melhores ações para o desenvolvimento de um projeto, sem causar danos ao ecossistema", finaliza.

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Projetos voltados à comunidade

A qualidade do curso e seu comprometimento com a formação dos estudantes é identificada a partir do grupo de docentes, da infraestrutura dos laboratórios e dos seus projetos de extensão. Um deles, o Museu de Ciências Naturais, atende entre cinco e seis mil pessoas por ano. O espaço foi pensado para proporcionar aos acadêmicos a oportunidade de aulas práticas diferentes. A partir do agendamento, turmas do ensino fundamental e médio podem visitar o Museu.

O curso também conta com o Herbário, uma coleção científica das plantas da região, e atividades que atendem diretamente a comunidade, como o Encontro de Educação Ambiental, o Biologia na Praça e a mostra fotográfica 'Olhar Sobre a Biodiversidade'.

 

Agente de transformação

A egressa do curso Marina Petzen sempre gostou de animais. Quando estava no último ano do ensino médio, suas opções eram Medicina Veterinária e Biologia. A primeira ainda não era ofertada na região, então ela resolveu dar uma chance para a segunda. Quando questionada se fez a escolha certa, ela garante que sim.

Segundo ela, a biologia possui diversas ramificações e escolher qual caminho seguir depende muito do interesse do profissional. Na região, a oferta é grande para professores de biologia e ciências. "Independente de que rumo seguir, o papel do biólogo é ser um agente de transformação aonde quer que ele vá", afirma.

Ela conta ainda que através das intervenções do curso de Ciências Biológicas nas escolas, os alunos entram em contato com a biologia e conhecem na prática o que o biólogo faz. Para Marina, essa preocupação com a comunidade faz toda a diferença. "De pouquinho em pouquinho todos podemos mudar o mundo".

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Parte de um todo

O gosto pelos animais também levou o estudante Walkiery Raimundi a cursar Ciências Biológicas. No caso dele, o objetivo era conscientizar as pessoas sobre a conservação das espécies e a importância de cada ser vivo para o coletivo, pois fazemos parte de um todo. O irmão biólogo também influenciou na decisão. "O curso me surpreendeu positivamente e superou minhas expectativas", conta.

O estudante comenta que a infraestrutura do curso, principalmente os laboratórios, fazem a diferença em sua formação. "As aulas práticas nos permitem experimentar outras áreas, fixar o conhecimento e descobrir o que gostamos mais de fazer e temos aptidão".

De acordo com Walkiery, durante o curso ele sentiu a necessidade de passar os conhecimentos aprendidos em sala de aula. Seja por meio de pesquisas ou pela conscientização dos impactos causados nos últimos anos e de que forma mudar isso. Para ele, o profissional deve ser a mudança que quer ver no mundo.



*Estagiária, sob a supervisão de Greici Audibert.
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