Curso de Jornalismo realiza parceria com instituições de Segurança Pública
Texto Isadora Lawall Machado*
Com o objetivo de capacitar os acadêmicos para as mais diversas situações, no sábado (11/06) o curso de Jornalismo da Unochapecó promoveu uma aula integrada diferente das anteriores. A ideia foi trabalhar com instituições de segurança pública, já que muitos estudantes, em algum momento, atuarão com a cobertura jornalística de operações de salvamento, resgate e emergências.
Integrando acadêmicos de todos os períodos do curso, a ação contou com a parceria do 6° Batalhão de Bombeiros Militares (BBM), do 2° Batalhão de Polícia Militar, do Serviço AeroPolicial de Fronteira (SAER-FRON) e do Serviço de Atendimento e Resgate Aeromédico (SARA).
Pela manhã, os estudantes foram divididos em três grupos e cada um destes foi encaminhado para cobrir o treinamento de uma das instituições. O desafio foi entregar uma pauta quente sobre o que estava acontecendo em cada local de treinamento e uma pauta fria baseada no contexto histórico de cada entidade.
De acordo com o coordenador do curso Francesco Flávio da Silva, a intenção ao levar os estudantes para estes treinamentos era colocá-los em contato com o mercado de trabalho, para que eles pudessem desfrutar de uma experiência mais real.
"O mercado é isso, a gente viu, especialmente quem estava com a Polícia Militar, estava do lado de emissoras de TV, que estavam fazendo reportagens e colocaram, no dia, as reportagens no ar", comenta o professor.
A cobertura
Fundado em 13 de abril de 1965, o 6° Batalhão de Bombeiros Militar de Chapecó inaugurou sua nova sede em 2020. Um grupo de estudantes, acompanhado pelos professores Dirceu Hermes e João Pietro Bridi, cobriu a simulação de incêndio em residência unifamiliar. Também teve a oportunidade de conhecer a estrutura e entender os processos da instituição. Além disso, neste dia estava ocorrendo a qualificação de Bombeiros Comunitários, na qual cidadãos interessados participam, por oito meses, de um treinamento para colaborar com os militares.
Na ação realizada com o SAER-FRON/SARA, os alunos acompanharam duas situações simuladas: uma operação de apreensão de drogas e um salvamento em altura. Acompanhados pelos professores Marlon Santa Maria Dias e Angélica Lüersen, os acadêmicos puderam conhecer ainda a infraestrutura e a história da organização.
Já o grupo que cobriu a ação organizada pela Polícia Militar, em parceria com o Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT), pôde acompanhar quatro simulações de invasões em uma escola, as quais ocorreram como treinamento de capacitação dos profissionais. A dinâmica foi realizada na 'EEB Tancredo de Almeida Neves', no bairro Efapi, e contou com a colaboração de 40 voluntários, todos policiais de outras corporações. O grupo de estudantes aprendeu sobre ética jornalística na prática e como cobrir um fato trágico, respeitando os limites dos locais para não prejudicar e respeitar o trabalho dos policiais e o atendimento às vítimas.
Percepções
Para a acadêmica do sétimo período do curso de Jornalismo da Unochapecó que presenciou a simulação na 'EEB Tancredo de Almeida Neves', Emanuele Schardong, essa prática foi essencial para o entendimento da ética profissional em momentos de crise. Além disso, o contato próximo com as instituições trouxe uma nova perspectiva da atuação jornalística. "A partir dessa experiência, passo a valorizar ainda mais a atuação dos profissionais vinculados à segurança pública e os colegas que atuam no jornalismo factual e precisam abordar ocorrências policiais, em razão de toda a delicadeza que envolve a produção de reportagens com essa pauta", relata a estudante.
Segundo a professora Daniela da Silva, que também acompanhou a atividade da Polícia Militar, a ação foi muito importante para aprimorar dois conceitos de relevância no jornalismo tanto para acadêmicos quanto para jornalistas que já atuam no mercado: a atividade em campo e o trabalho em equipe. "São atividades como esta que agregam aos conteúdos que trazemos em sala de aula", comenta.
O calouro Douglas Silva, destaca que a Aula Integrada foi interessante pela produção e socialização dos conteúdos. "Sentar e trabalhar com os colegas de outros períodos para desenvolver o material foi um momento de grande aprendizado", comenta.
Segundo a professora Angélica Lüersen oportunizar, para os acadêmicos momentos como este agregam grande valor à formação, uma vez que possibilitam ao estudante aprender como se portar em meio à uma crise e trabalhar com o conceito de deadline.
"Um pouco dessa experiência foi, também, algo descoberto no local. Por exemplo, os alunos que foram para o SAER, souberam que iam para lá, mas sem saber o que iriam encontrar. Então, a partir do que eles receberam, eles precisaram pensar no conteúdo ou na entrega. Isso é interessante porque muitas vezes nas pautas quentes os jornalistas não têm o mesmo controle, quando eles estão em uma redação", afirma.
Socialização
Após a saída de campo, os estudantes precisaram produzir os conteúdos e disponibilizar em plataformas digitais. O material foi, posteriormente, socializado com os colegas e professores e será disponibilizado para as instituições parceiras da atividade. Para conferir os conteúdos produzidos, acesse a Plataforma Clim e o perfil do Instagram Emergência Jornalística.
*Estagiária da Acin Jornalismo, sob supervisão de Eliane Taffarel