Diria que depende do esforço de cada um. No caso da Fórmula Uno, acordar as cinco e meia da manhã já foi um bom começo. No dia anterior (29/11), a equipe passou pela inspeção de segurança e teve como primeira tarefa para esta sexta-feira (30/11) fazer alguns ajustes no carro. Esse trabalho, chamado 'recheck', iniciou logo quando a equipe chegou e se estendeu por boa parte do dia.

Em meio a tanto serviço para fazer, cada um tinha sua função definida e ajudava como podia. O professor Ademar com orientações e os estudantes com a mão na massa. É possivel ver que quem passa por esta experiência, com certeza sai mais preparado para o mercado, pois tem que lidar com várias questões práticas. Como o tempo, a exatidão das peças, o conhecimento das ferramentas e a negociação com outras equipes quando falta algo. Com isso, também se amplia as conexões que os futuros profissionais podem fazer.

Já na parte da tarde, antes de voltar para a inspeção dos itens que precisavam ser melhorados, alguns membros da equipe tiveram que realizar uma apresentação do carro para jurados. Quando acabou esta etapa, ainda faltava arrumar algumas coisas no veículo e encaminhar ele para a inspeção. Caso o carro estiver ok, ele não precisaria mais voltar ao box e iria direto para as outras provas classificatórias: Tilt, ruído e frenagem.

Enquanto ainda não estava tudo pronto, o clima ao redor do Fórmula era um misto preocupação, ansiedade e até nervosismo pelos últimos ajustes. Já era quase 17h quando finalmente o carro foi para o recheck. Dessa vez, a equipe aguardava ansiosa através de uma grade, com uma visão mais limpa e próxima do que estava acontecendo.

Não houve espera para entrar, mas a inspeção dos juízes levou um certo tempo. Depois de momentos de tensão, através de gestos e mensagens, veio a notícia, o veículo foi aprovado. A partir daí a euforia tomou conta da equipe e ajudou ela a passar nas outras provas estáticas. Primeiro o tilt table, onde o carro fica inclinado numa plataforma, depois o teste de ruído e por fim o teste de frenagem, quando o veículo sai de um determinado lugar, acelera e deve parar exatamente numa marca estabelecida.

Melhor do que passar em todas essas etapas, foi conseguir um feito inédito para o grupo, se classificar nas três logo na primeira vez. Tanto para quem estava na pista, acompanhando os testes, quanto para quem estava de fora, vendo de longe, foi impossível esconder a emoção e a felicidade. Todos os estudantes fizeram questão de resaltar que são nesses momentos que todo o trabalho empenhado em um propósito vale a pena.

Da pista de testes até a volta para o box, foi só alegria, e não só da Unochapecó. Como o Fórmula SAE Brasil proporciona várias amizades, pessoas de outras equipes parabenizavam o time, felizes pelo nosso feito. Conquistar essa classificação, desta forma, foi melhor do que todos imaginavam. Na volta para o hotel, ainda haviam estudantes que não acreditavam no que viram naquela pista.

Passar nestas etapas, nestas condições, foi muito bom, pois ao final do dia de hoje poucas equipes já haviam conseguido todas as aprovações. Isso significa que a Fórmula Uno já está credenciada para participar das competições de amanhã (01/12), sem se preocupar com testes antes disso. Será a hora de acelerar na pista. Primeiro, a equipe vai participar do 'skid pad', um circuito em formato de oito que deverá ser percorrido com o carro. Depois, terá a prova de aceleração, onde será avaliada a velocidade que o veículo atingir.

Se acordar mais cedo realmente foi o fator determinante para um resultado positivo, não sei, mas que isso proporcionou um pouco mais de tempo de dedicação ao carro, tenho certeza. O que todos tem consciência é que, mesmo se não precisarem levantar tão cedo amanhã, com certeza o sono desta noite será bem mais leve.