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Estudantes pesquisam a famosa migração das andorinhas

Educação

Texto Juliane Bee*

Nos últimos anos, a esquina da Avenida Getúlio Vargas esquina com a Marechal Deodoro se tornou um ponto turístico em Chapecó. Enfeitando a paisagem no final da tarde, as andorinhas disputam espaço entre as árvores da cidade e são atração para observadores, curiosos e pesquisadores, como os estudantes do sétimo período de Ciências Biológicas da Unochapecó. Os acadêmicos aproveitaram o período de migração das aves para ir a campo estudar a espécie.

A coordenadora do curso, professora Eliara Muller, ministra a disciplina de Comportamento Animal, e a migração é um dos temas abordados em sala aula. Com o objetivo de proporcionar aos estudantes o conhecimento do comportamento da espécie, que é uma ave migratória, a professora teve a ideia de realizar uma aula prática. "Nessa disciplina os estudantes devem ler sobre o tema, ir a campo coletar dados, analisar os dados e escrever um relatório no formato de artigo científico. "Um dos grupos de estudantes está realizando o trabalho com as andorinhas, então nada melhor do que observar a espécie de perto, no centro de Chapecó."

Além de pesquisar as andorinhas e realizar periodicamente observações orientadas, o curso também contribui fazendo sugestões de manejo para reduzir o odor das fezes, principal reclamação dos comerciantes e pedestres que passam pelo local. Mas a professora destaca: não existe nenhum risco para a saúde da população. As aves estão apenas seguindo o ciclo natural da natureza. "Elas são nativas da região e auxiliam no controle da população de insetos."

andorinhasPara Eliara, a observação das andorinhas também já é uma atração turística na cidade. "Eu atendi um grupo de Florianópolis que durante uma observação me disse que deveríamos divulgar mais esse acontecimento para outras cidades, assim outras pessoas poderiam apreciar a dança nos céus de Chapecó."

 

Guardado na memória

Durante os meses de agosto e setembro, as primeiras aves da espécie andorinha-doméstica-grande (Progne chalybea) chegam à cidade. Nesse período de reprodução, os casais ficam espalhados e não chamam tanto a atenção. No entanto, utilizam as árvores do Centro como dormitório. Após o nascimento dos filhotes, entre os meses de fevereiro e abril, os pássaros começam a se reunir em grandes bandos, quando estão prontos para a migração. Nesse período, as aves acumulam energia para que nas primeiras ondas de frio possam migrar até o norte e o nordeste do Brasil e países vizinhos como Colômbia, Guiana Francesa, Peru.

Segundo a professora, as andorinhas utilizam marcos visuais como árvores, prédios e antenas para se localizar. São esses pontos que indicam por onde elas devem passar durante a migração e, por isso, ficam guardados na memória. Foi assim que o centro de Chapecó passou a ser referência para as aves e palco de um verdadeiro balé pelo ares.


*Estagiária, sob a supervisão de Greici Audibert
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Observacao orientada
Migracoes
Andorinhas

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