Você já ouviu falar em mundo 'Vuca'? Essa é a sigla em inglês para os adjetivos volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. ''É a definição para aquele sentimento de que tudo parece estar fora de controle. Não conseguimos ter certeza de nada que vai acontecer amanhã, e a tecnologia é a principal responsável por estas mudanças'', explica o especialista em tecnologia, professor Renato Eric Miranda.

Renato proferiu a palestra 'Tendências tecnológicas de um mundo em constante mudança', na segunda-feira (19/09), e marcou o início da 17ª Jornada de Estudos Ambientais e Novas Tecnologias. O evento, que reuniu os 13 cursos da Área de Ciências Exatas e Ambientais da Unochapecó (Acea), teve mais de 90 atividades em cinco dias. Neste ano, a temática central foi pensar a tecnologia e a inovação, sem esquecer da sustentabilidade.

O palestrante destaca que a tecnologia já mudou muita coisa e a tendência é que estas mudanças aconteçam cada vez mais rápidas. ''O conceito de mundo Vuca é uma definição que abrange todo mundo. Os estudantes puderam entender, até quem não é da área da inovação, o quanto a tecnologia os afeta, direta e indiretamente. No futuro as coisas serão muito diferentes do que é agora, por isso é preciso estar aberto para o que está por vir'', completa.

Uma semana de aprendizado

De acordo com o diretor da Área, professor Gustavo Lopes Colpani, a temática deste ano pode ser aplicada por estudantes de todos os cursos envolvidos. ''A ideia é que os 13 cursos possam compartilhar de um ideal, buscando inovar, mas sempre pensando no meio ambiente e numa forma de equilibrar estes dois lados. Assim, vamos ter cada vez mais projetos sustentáveis para melhorar a vida das pessoas''.

As atividades, ministradas por importantes profissionais, serviram para que os acadêmicos tivessem outra visão da profissão. ''Os estudantes puderam compartilhar da vivência que os profissionais convidados para ministrar as atividades trouxeram. Eles puderam vislumbrar o futuro que terão na área que hoje eles estão fazendo a graduação. Tudo que eles veem na teoria, puderam aplicar na prática nos campos que eles podem atuar futuramente'', relata Gustavo.

Integram a Área os cursos de Agronomia; Arquitetura e Urbanismo; Ciências Biológicas; Ciência da Computação; Engenharia Civil; Engenharia de Alimentos; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Química; Matemática; Medicina Veterinária; e Sistemas de Informação. ''A semana é muito interessante pois integra estudantes de diferentes cursos. Pensamos projetos de forma multidisciplinar, para que os alunos possam visualizar, não somente no curso deles, onde eles podem trabalhar e como podem colaborar com outras áreas'', assinala o professor.

Indústria 4.0

Ainda, na noite de abertura do evento, o especialista em tecnologia e gestão de projetos do Senai, Alex Kuhnen, falou sobre a 'Indústria 4.0'. Ele conta que o principal foco é permitir que as indústrias aprendam com as tecnologias e se tornem cada vez mais ágeis e produtivas. ''Significa dizer que podem ser usadas diversas tecnologias para que elas comecem a adquirir dados e informações de qual é o comportamento das máquinas, dos equipamentos e dos produtos. Com base nisso, você começa a ganhar um grande volume de dados e, utilizando técnicas de inteligência artificial, é possível explorar diversas alternativas que antes não eram possíveis''.

Alex destaca que, segundo alguns especialistas, a Indústria 4.0 faz alusão à 4ª revolução industrial. ''Tivemos outras três, e esta é a primeira vez que estamos vivendo uma revolução industrial sabendo da existência dela antes do seu término. Isso configura para a gente uma grande oportunidade. Os anos de 2018 e 2019 são de muitas oportunidades para quem souber absorver melhor esses conteúdos e aplicar eles de forma a ter melhores resultados em seus negócios'', conclui.