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Medicina reflete sobre atenção à saúde dos imigrantes haitianos

Educação

Nos últimos anos, muitos imigrantes haitianos vieram para Chapecó em busca de uma vida nova. Com o objetivo de refletir sobre os efeitos desta imigração no Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade, o curso de Medicina da Unochapecó, através do programa Humanizamed, recebeu a egressa do curso de Psicologia e do mestrado em Ciências da Saúde da Unochapecó, Ana Paula Risson. A “Roda de Conversa - Humanizar” reuniu estudantes de todos os períodos do curso nesta quarta-feira (21/09), no Salão de Atos da Universidade.

Ana Paula apresentou sua pesquisa desenvolvida no mestrado, que foi realizada em unidades básicas de saúde e buscou conhecer como este fenômeno migratório está repercutindo na atenção à saúde. “Eu identifiquei que há falas na sociedade e de trabalhadores da saúde que criam um estigma, uma aversão a esse novo usuário do SUS, que é o imigrante haitiano”. Neste mesmo cenário desafiador para os profissionais da saúde, Ana também percebeu trabalhadores da saúde muito comprometidos com a prática médica, querendo que os imigrantes sejam atendidos de forma humana.

De acordo com a palestrante, os profissionais da saúde devem se colocar no lugar do outro para oferecer um atendimento humanizado a todos pacientes. “Essa preocupação deve iniciar na academia, pois aprendendo a técnica de trabalho conseguimos executar ela perfeitamente, mas o atendimento humano precisamos exercitar com cada paciente”. Ela afirma ainda que os médicos devem olhar para os pacientes não somente pelos sintomas que eles têm, mas como um sujeito integral, que deve ser atendido por completo.

 

Tempo de empatia

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Desde o ano passado, o programa Humanizamed vem realizando várias atividades com os estudantes de Medicina da Unochapecó, fazendo com que eles se coloquem no lugar dos futuros pacientes. Segundo a estudante do 4º período do curso e integrante do programa, Maria Luísa Bianchi Cruz, as aulas exigem muita dedicação e a vida de médico sempre vai ser muito corrida, mas a humanização não pode deixar de ser prioridade no exercício da profissão. “O curso de medicina possui uma rotina intensa de aulas, fazendo com que, na correria dos estudos, os estudantes acabem deixando o lado humano de lado. E o programa vem justamente para proporcionar esse momento”.

O estudante do 4º período e integrante do Humanizamed, Gabriel Roberto Radaelli, explica que é muito importante os futuros médicos desenvolverem esse lado mais humano, pois muitas vezes as pessoas têm uma visão não certa dos acadêmicos de medicina. “Antigamente o médico não tinha tanto contato com os pacientes, simplesmente conversava, dava a prescrição ou o atestado e mandava para casa. Nossa ideia é que o acadêmico se sensibilize diante dos pacientes e faça com que a sociedade mude a visão sobre os futuros profissionais”.

Nesse ano, já foram realizadas outras atividades relacionadas ao tema, como o “Com meus sapatos”. Para o próximo semestre, a integrante do programa e professora do curso, Michele Cristina Minozzo Dos Anjos, prevê algumas das novas parcerias do Humanizamed. “Estamos pensando em algumas atividades junto com a Promotoria Pública, com a Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Chapecó e Região Oeste (AMA Oeste) e com a Pastoral da Criança”. Fazem parte da comissão organizadora do programa, estudantes de todos períodos do cursos de Medicina, além de professores de Fisioterapia, Medicina, Psicologia e Pedagogia.

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Imigração
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