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Obras do artista são expostas na galeria da Unochapecó

Cultura

Pode ser ironia, como pode ser o encontro do artista com sua obra, literalmente. Pela primeira vez, quadros do artista plástico Agostinho Duarte serão expostas na galeria que leva o nome do pintor, localizada no campus da Unochapecó. Intitulada "Levado pela arte e a aventura", a mostra terá dez obras cedidas exclusivamente à exposição que inicia nesta quinta-feira (12), às 19h30.

Com pinceladas carregadas e múltipla cartela de cores, os quadros apresentam influências cubistas-expressionistas e variam de tema, conforme a região que viveu e se apaixonou. Contudo, uma coisa não escapou aos olhos de Duarte: as negras de Moçambique, com seus turbantes e seios exuberantes que sempre fizeram parte de suas telas.

Na abertura da exposição estará presente o escritor e amigo do artista Torres Pereira, lançando a biografia do artista que leva o mesmo nome da exposição. Os quadros permanecem expostos até o dia 28 de fevereiro, o horário de visitação é das 8h às 22h. 

O texto do crítico de arte Afonso Almeida Brandão, publicado em novembro de 2001 no jornal português “O Diabo”, presente no livro de Pereira, tenta descrever aquilo que era – à época – a obra do artista. Ele dizia: "(...) a pintura de Agostinho Duarte não pode ser mais portuguesa: justamente porque liberta a tristeza, marcando-a com uma exatidão e uma espécie de aspereza moral do traço. Há alguma coisa de inexorável nessa pintura, alguma coisa de cruel, como há o mesmo na alma portuguesa, superficialmente branda e leviana. (...) O mútuo envolvimento do visível e do invisível no ilusionismo das imagens e no ilusório do espaço, ora retratando homens ou bichos, ora retratando cubatas, paisagens, cidades, avenidas, mulheres nuas de peitos grandes, céus de cores quentes, ou simplesmente barcos, mar, areia, horizonte ou infinito."

O afro-português mais brasileiro

Agostinho Duarte nasceu em Goulinho, Portugal, mudou-se para Moçambique, na África, e por fim chegou ao Brasil, fixando-­se em Chapecó em 1976. Fora um importante artista e defensor da arte regional. Ao longo de sua vida dedicada à arte fez cerca de 250 exposições individuais e coletivas no Brasil, Moçambique, Portugal e França. Em muitos de seus quadros, pode-se perceber nas linhas e cores o ritmo e harmonia dos instrumentos de corda, como o vilão, piano, entre outros.

Um pouco brasileiro, moçambicano, mas verdadeiramente português, Agostinho partiu em 2004 deixando um grande exemplo de vida, contribuindo nas artes plásticas da região. A galeria, homônima ao pintor, foi inaugurada em 11 de maio de 2011, como forma de homenagem ao seu legado.

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