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Como uma canção de criança

Histórias

Texto Ícaro Colella*

 

Quando estava caminhando até o Bloco D para acompanhar um ensaio musical de crianças, ouvi um som de violinos ainda no fundo do corredor. Ao chegar me deparei com aquelas carinhas envergonhadas dos integrantes do projeto de extensão 'Musicando', uma parceria da Unochapecó com a Prefeitura de Chapecó. Apesar deles não terem mais medo de se apresentar nos palcos da cidade, a vergonha na hora de responder as perguntas era nítida, afinal, sempre ficamos nervosos na primeira entrevista, é normal. Mas mesmo com toda a timidez, aquelas crianças são capazes de cativar qualquer um, seja ao falar do futuro ou ao tocar o instrumento. Por isso, não só neste 12 de outubro, mas em todos os dias, é necessário olhar para esses seres que carregam sonhos muitas vezes maiores que eles mesmos, e aprender.

Lorenzo começou as aula de violino em março deste ano

Acompanhei um pouco do ensaio. As crianças estavam repassando uma música para a apresentação que farão em dezembro. É surpreendente ver aqueles baixinhos a tocar um instrumento clássico que aparenta ser tão complicado. Lorenzo Steffens, de seis anos, está no primeiro ano do ensino fundamental e começou as aulas de violino em março deste ano. Ele conta que o pai o colocou nas aulas, e que com o passar do tempo ele vem aprendendo cada dia mais músicas, e domina o instrumento melhor. "A aula é legal porque a gente aprende bastante coisa, como brilha brilha estrelinha, que eu já sei tocar", conta. 

Lorenzo quer ser jogador de futebol no futuro, mas garante que não vai deixar a música de lado. Outro aluno que falou comigo foi Arthur Marques, de sete anos, que também toca violino. Ele começou as aulas na Uno há um ano e meio, e se dedica ao máximo para aprender rápido e não errar nas apresentações. O pai dele tocava flauta quando criança e depois começou a aprender violino. Incentivado, Arthur adora o desafio e acredita no seu crescimento. "No início foi bem difícil, mas agora eu estou me esforçando para tocar melhor".

Arthur toca violino há um ano e meio

Assim como Lorenzo, que vê a música seguindo junto com o seu crescimento e sonha em ser jogador de futebol, Arthur já tem planos para o futuro. "Quando eu crescer eu quero ser um violinista. Eu gosto muito de tocar violino e quando eu achar uma oportunidade vou ser médico também", finaliza.

 

Sonho de infância 

Os nossos sonhos com o passar dos anos vão tomando forma e se adequam às novas realidades. A professora do projeto, Karyni Da Vila, desde pequena, tinha uma grande admiração pela profissão da mãe, que é educadora. A paixão pela arte uniu as duas coisas, e ela decidiu se tornar professora de música. O vínculo dos meninos com os instrumentos é o mesmo Karyni teve na infância. Ela começou os estudos na música com sete anos, no teclado. Em seguida, com 15, começou a aprender violino e desde então não parou. Hoje essas duas paixões, pela arte e pelo ensino, podem ser vistas no olhar e nas mãos que indicam a postura e as notas para os pequenos. "Eu sempre tive o sonho de ser professora, não sabia de que, porque a minha mãe era professora e eu gostava bastante da profissão de ensinar as pessoas e contribuir com o conhecimento. Depois que a música me envolveu, decidi seguir por esse caminho".

As aulas de música trabalham pontos importantes nessa fase da vida. As crianças aprendem sobre disciplina, concentração e coordenação motora, além de contribuir na parte emocional e na formação do indivíduo. Karyni conta que a música é sempre um momento de confraternização, e que nas apresentações eles ficam tão animados, que até a postura se transforma na hora de expor o trabalho. "Eles já sabem da responsabilidade que têm, mesmo com pouca idade. Por isso se dedicam nas aulas, para poder apresentar melhor a cada dia e desenvolver músicas mais difíceis no violino", finaliza a professora.

 

*Estagiário sob supervisão de Gabriel Kreutz

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