Cada vez mais o mundo digital tem se integrado à vida das pessoas através de gadgets e aplicativos que facilitam o cotidiano, mas, outro lado, dificultam a possibilidade de uma vida desconectada. A internet, que antes exigia diversos aparatos tecnológicos para ser acessada, agora está nos nossos relógios, óculos, celulares e televisões. E essa tal de "internet das coisas" foi o tema que norteou as palestras realizadas no Hackatruck na última semana.

“O uso de sensores com conexão on-line é cada vez mais viável, estando presentes até em roupas. Há a possibilidade de registrar, por exemplo, os batimentos cardíacos do usuário, dados que podem ser utilizados para análises médicas. Há possibilidades infinitas relacionadas com internet”, afirma o gerente regional da IBM Brasil, Rafael Peretti, que falou sobre as novas possibilidades de conexão on-line na palestra “Internet of Things (IoT): o futuro da geração de novos negócios”.

As possibilidades de inovação tecnológica para quem trabalha com internet, de acordo com ele, são ilimitadas. “A internet pode solucionar ou facilitar diversos problemas, da mesma forma que outras áreas podem solucionar os problemas da internet”.

As alternativas não se restringem aos profissionais da Tecnologia da Informação. O estudante de Engenharia Civil, Tainã Casagrande, esteve presente em três palestras do Hackatruck, no intuito de absorver o que a tecnologia reserva para a área de construção. “É uma realidade nova, que ainda não está acessível para Chapecó. Mas daqui há 10 anos, a construção civil e demais áreas terão tecnologias que ainda são inimagináveis”, declara. Tainã acredita que muitas das questões atuais podem ser resolvidas através de startups e que é através delas que muitos profissionais poderão se diferenciar no mercado de trabalho.

Nem tudo, porém, é vantagem no universo da Internet das Coisas. Ao mesmo tempo em que há a possibilidade de programar a cafeteira através do celular, as informações das pessoas também estão mais vulneráveis, como por exemplo, a criminosos da internet, os hackers, que conseguem ter acesso aos dados mais particulares sem ao menos sair de casa. “Estamos em uma situação de completa vulnerabilidade. Há sistemas capazes de invadir qualquer aparelho conectado à internet e não há muitas alternativas para escapar desse risco,” expõe Rafael.

Outro ponto discutido está relacionado à energia elétrica. A estimativa é que até 2020, 50 bilhões de dispositivos estejam conectados à internet. Essa superlotação pode ocasionar em uma crise energética, já que não existe energia suficiente para manter todos os equipamentos em funcionamento. Porém, essas possibilidades não assustam o gerente. “A tecnologia, assim como qualquer coisa, possui seus benefícios e malefícios”.

O Hackatruck

Em três semanas estacionado na Unochapecó, o Hackatruck deixa um legado de conhecimento através de palestras e cursos. O projeto desenvolvido através de uma parceria entre as principais empresas de tecnologia e inovação do país, a IBM Brasil, a Flextronics, o Instituto de Pesquisas Eldorado, em colaboração com a Apple, permite aos visitantes do caminhão a experiência de conhecer novas tecnologias. Nos próximos dois dias, os interessados em participar do Hackatruck ainda podem ter acesso a quatro palestras, gratuitas e disponíveis das 13h às 14h e das 19h às  20h.