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Programa de extensão desenvolve oficina sobre gênero

Educação

A equipe da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP- Unochapecó) desenvolve com as associações de catadores de materiais recicláveis, assessorados pela Incubadora, oficinas sobre gênero. A proposta é desenvolver o estudo em quatro etapas, nas quatro associações de Chapecó: Asmavi, Arsol, São Fanscisco e Amarluz.

A primeira oficina tem o objetivo de debater sobre conceito de gênero, ouvir do público o que cada um sabe da temática e instigar o debate. Na segunda, será construído uma linha do tempo com o histórico de lutas e conquistas do público feminino ao longo do tempo. Já a terceira etapa é para  aprofundar alguns marcos históricos, um exemplo é a Lei da Maria da Penha. O último encontro abordará alguns pontos  sobre a temática que os empreendimentos sugerirem.

A necessidade de realizar oficinas sobre  gênero, de acordo com a técnica de extensão da área de psicologia Franciele Castanho, surgiu a partir dos dados cadastrais dos catadores, que apontou que a maioria dos associados são mulheres, com ensino fundamental incompleto e renda mensal média de R$ 800,00, sendo que a reciclagem é a única fonte de renda.

Ainda de acordo com o levantamento, das quatro associações de catadores de Chapecó, assessoradas pela ITCP- Unochapecó, apenas uma possui uma mulher na presidência. “Acreditamos que a intervenção nas associações é de extrema relevância, através de discussões sobre a temática.  O objetivo é empoderar estas mulheres, para que elas participem nos espaços de representação de defesa e garantia dos direitos dos catadores de materiais recicláveis”, acrescenta Franciele.

Na prática

A primeira etapa da oficina de gênero a ser trabalhada com os grupositcp de catadores, foi inicialmente aplicada na equipe interna da ITCP, composta por técnicos, professores e bolsistas de diferentes áreas. Conforme a técnica de extensão da área de pedagogia Ana Maria Pereira Puton, esse procedimento foi realizado como teste para avaliar a intensidade de sensações que poderiam ser vividas pelos participantes. Esta etapa foi importante como forma de propor alterações e ajustes, caso necessários. “Outro intuito da atividade era sensibilizar a equipe toda sobre o assunto a ser abordado”, comenta Ana Maria.

Depois de desenvolver a primeira oficina nas associações o grupo levou experiência para a Feira Internacional de Cooperativismo (Feicoop), que aconteceu em Santa Maria - RS, de 8 a 10 de julho. Nesta oficina, ministrada pela técnica de extensão de economia Bruna Medeiros  e pela acadêmica de Serviço Social Rafaela Téo Balsi na tarde de sábado (9), foi abordado com o público participante o que cada um compreende por gênero. Também, a questão da desigualdade salarial, trabalhista e o papel social que a mulher desenvolve na sociedade.

A acadêmica Rafaela ressalta que a execução da oficina na feira foi proveitosa e aprendeu muito com o público participante. Da mesma forma é a avaliação da técnica Bruna que destaca que a oficina de gênero foi uma importante troca de experiências entre diferentes atores que estavam presentes na Feira de Santa Maria. “O debate proporcionou diferentes compreensões sobre o tema gênero e a inserção da mulher no mercado de trabalho. Já a metodologia, com músicas e figuras, foi o que guiou a dinâmica em sala, possibilitado a participação de todos que estavam presentes”, acrescenta Bruna.

Na oficina, as mediadoras mostraram ao público os dados coletados nas associações de catadores. Conforme as informações, o número de mulheres que trabalham na reciclagem chega a 21,  contra 17 homens na mesma função e a média salarial destas catadoras é menor que dos colegas. Na discussão com o grupo esse foi um dos pontos que as participantes salientaram, pois apesar das mulheres estarem inseridas no mercado de trabalho elas ainda são desvalorizadas, principalmente no quesito salarial.

Sobre a experiência da oficina de gênero em Santa Maria,  a técnica Bruna destaca que foi uma forma de avaliar a maneira como a equipe planejou a atividade. “A experiência serve ainda para nos auxiliar a planejar os próximos encontros, que a oficina prevê, com as associações de material reciclável de Chapecó”, conclui.

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