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Quinze dias com uma nova família para ensinar e aprender

Educação

Texto Jessica De Marco* 

 

Sair do aconchego dos seus lares para vivenciar uma experiência única de imersão em uma nova família. Esse com certeza é um grande desafio, mas também uma oportunidade para aprender e ensinar. A nobre missão é dos estudantes de Agronomia da Unochapecó, que durante a disciplina de 'Estudos e Vivência Ativa (EVA)' são inseridos por 15 dias em propriedades rurais da região. O objetivo é conhecer a realidade do campo e também auxiliar os produtores rurais. A ação acontece na Universidade há quase 25 anos e tem retorno positivo tanto para os alunos, que adquirem mais conhecimento, quanto para o desenvolvimento do agronegócio regional. Uma grande troca de conhecimentos.

Em 2017, as atividades aconteceram no município de Seara, onde 51 famílias receberam os alunos em suas casas. Além de proporcionar ao estudante o contato com o meio rural, a ação cumpre com o papel da Universidade de contribuir com o desenvolvimento da região. "O trabalho gera retorno efetivo ao produtor. O aluno vivencia no campo, durante 15 dias, todas as atividades junto com os produtores e, depois, faz um relatório que chamamos de livro da história da família", explica o coordenador do curso de Agronomia, professor Fábio Busnello.

fgfdgfSegundo ele, os Estudos acontecem em duas etapas, conhecidas como EVA I e EVA II, com orientação dos professores Celso Zarpellon e Lucilene de Abreu. Na primeira fase, os acadêmicos passam 15 dias morando com uma nova família, momento em que, além de contribuírem com o negócio, elaboram um resgate histórico da estruturação da propriedade assim como da família. O resultado é a elaboração de um relatório contemplando todas as informações até então coletadas.

Já a segunda etapa do projeto tem o objetivo de avaliar tecnicamente e economicamente a unidade de produção familiar em seu último ano agrícola. Essa avaliação inicia após o período de campo, quando o estudante elabora um relatório destacando as condições técnicas e econômicas da propriedade. Outras atividades também são realizadas nessa etapa, como, por exemplo, uma palestra sobre alguma temática de interesse dos agricultores, definida previamente em conjunto.

 

Criando laços

Apesar de ser uma atividade universitária, com o objetivo de cumprir os requisitos propostos pela disciplina, a formação de laços de amizade é inevitável durante o período. São 15 dias de convivência, conversas e troca de conhecimentos. Algo que será levado para a vida.

A acadêmica Iasmin Putrick considera o EVA como a experiência mais intensa já vivida. "Mesmo saindo de casa ainda com 13 anos e ter passado pela casa de várias famílias durante esse tempo, o EVA foi diferente. Sou muito grata a família que abriu as portas de sua casa para que eu ficasse esses dias", conta a estudante.hthy

Iasmin também destaca a atividade como uma ótima oportunidade para conhecer outras realidades. Ela, mesmo cursando Agronomia, nunca conviveu ou morou com pessoas do interior. "Saí de lá com a certeza de que escolhi o curso certo", acrescenta. A jovem permaneceu durante 15 dias na residência da família Hartmann, que atua com a bovinocultura de leite.

Neymar é acadêmico do segundo período de Agronomia e mora em Seara, local onde sua família produz hortaliças e algumas espécies de frutas. Futuramente, o jovem também realizará a disciplina, mas, enquanto esse momento não chega, já teve uma grande experiência da atividade ao receber Diogo Dal Castel em sua residência. "Conversamos quase todos os dias, nós vamos na casa dele e ele na nossa", comenta Neymar sobre a relação de amizade que criou com Diogo.

Mesmo estando no início do curso, o estudante já percebe a importância da atividade, tanto para a formação profissional quanto para potencializar a propriedade rural. "O Diogo nos ajudou bastante, pois a família pôde colocar em prática algumas coisas que não conheciam. Já para ele é uma oportunidade de aprender mais".

 

Gratidão 

Quando se fala em ficar 15 dias na casa de um desconhecido, a insegurança dos estudantes é normal, relata o coordenador de Agronomia. Porém, ao encerrar a atividade, o sentimento é de gratidão, pelo aprendizado adquirido e também repassado. "Não vejo uma ferramenta tão eficaz quanto as ações de extensão. Nosso objetivo é promover a qualidade do nosso produtor e colaborar com os municípios, de forma geral", observa Fábio.

O EVA também serve como motivação para os produtores, que ao acolherem os alunos percebem a importância de adquirir mais conhecimento. "Temos filhos de agricultores que ingressaram no curso após notarem os resultados em suas propriedades com a inserção do acadêmico".

 

*Jornalista do Núcleo de Produção de Conteúdo (NPC) - Unochapecó
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