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Representantes de 10 países participam do II Sidial

Comunidade

Texto Ana Vertuoso*

 

A universidade é um dos lugares que mais produzem conhecimento para uma sociedade. Porém, não é o único. Os saberes populares de diversos grupos também devem ser incluídos e valorizados nos estudos acadêmicos, e a melhor maneira aproximar os dois é por meio da conversa. Entre os dias 02 e 04 de outubro, o 'II SIDIAL: Seminário internacional diálogos interculturais na América Latina: Saberes Populares e o 'IV Congresso Internacional Pluralismo Jurídico, Constitucionalismo, Buen Vivir, e Justiça Ambiental na América Latina' transformaram a Unochapecó em um local para a troca de conhecimento de diferentes culturas e movimentos.

Os dois eventos reuniram mais de 400 inscritos de diversos estados do Brasil, além de representantes de 10 países que trouxeram suas experiências para a Unochapecó. Um deles, é Jon Etxebarria, do País Basco. Ele atua na Fundação Mundukide, que possui diferentes programas ao redor do mundo e atua no desenvolvimento de comunidades por meio do trabalho cooperativo.

Durante uma oficina realizada na quarta-feira (02/10), ele compartilhou o modelo utilizado pela Fundação com representantes da Incubadora Tecnológica de cooperativas Populares (ITCP) da Uno.

"Sempre temos o objetivo de promover uma transformação social através do cooperativismo. Trabalhamos com capacitação, assessoramento na gestão e fortalecimento institucional. No Brasil, atuamos em Ceará, São Paulo e nos três estados do Sul. Aqui em Chapecó, agimos junto da Central das Cooperativas".

Luc Vankrunkelsven e Jon Etxebarria participaram do evento

Além disso, Jon também participou de um simpósio sobre alimentação saudável, reforma agrária e o bem comum, realizado no último dia do evento. Durante a conversa, mediada pelo professor William Simões, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), o professor da Unochapecó, Reginaldo Pereira, os representantes da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST/SC), Ernesto Puhl e Alvaro Santin, e o belga Luc Vankrunkelsven, da ONG Wervel, trouxeram seus saberes para o público.

"Todo mundo fala sobre a Amazônia, mas ninguém conhece a importância do cerrado. Ele é um dos ecossistemas mais antigos do mundo, com mais de 45 milhões de anos", explica Luc. Em sua primeira visita à Unochapecó, ele expôs seus livros, escritos em crônicas, e explicou como funciona a Wervel. Fundada pelo belga há 30 anos, a ONG busca defender o cerrado brasileiro e educar a população sobre os malefícios de monoculturas, como o milho e a soja.

Durante os três dias, os eventos ainda contaram com oficinas sobre 'direitos humanos instituíntes, pensamento crítico e a práxis de libertação', 'justiça ambiental na América Latina', e sobre o papel da arte enquanto elemento de transformação social e humanização. Um painel a respeita da 'educação popular, pluralismo jurídico e os direitos humanos' reuniu professores da Unochapecó e de outras universidades para um debate no Salão Nobre.

 

Compartilhar experiências

Os movimentos também apresentaram seus produtos durante o evento

De acordo com a professora do Mestrado em Educação da Unochapecó, Cláudia Battestin, uma das organizadoras dos eventos, foram enviados cerca de 190 trabalhos, entre resumos simples e artigos completos. "Nós pensamos em resumo simples para quem queria ter a experiência de participar, mas não tinha uma pesquisa muito aprofundada. As atividades foram simultâneas, assim a pessoa poderia escolher qual movimento ela estaria participando. Tivemos todos os simpósios com bom público e uma dinâmica muito boa, não só pela quantidade de participantes, mas também pela qualidade".

A metodologia utilizada também foi diferenciada. A exposição dos trabalhos foi realizada em forma de círculo de diálogo. Nenhuma apresentação tinha horário marcado, as pessoas compartilhavam seus projetos quando se sentiam convidadas. Isso contribuiu com o objetivo principal do evento, aproximar diálogos interculturais entre diferentes culturas e saberes da América Latina.

"O II Sidial veio ao encontro da comunidade. Não fomos nós que pensamos os saberes populares, foi uma demanda dos movimentos, dos saberes, que queriam fazer esse diálogo na Universidade. Então, ao invés de fazer um evento em que as pessoas vêm para a Instituição e, em seguida, se organizam para ir até os movimentos, nós pensamos em trazer os movimentos para cá. A Unochapecó é comunitária e é um espaço propício para isso", completa.

 

*Estagiária sob supervisão de Gabriel Kreutz

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Iv congresso internacional pluralismo juridico
Ii seminario internacional dialogos interculturais na america latina
E justiça ambiental na america latina
Constitucionalismo
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