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Seminário de Atualidades trouxe recortes de vivências, histórias e lutas

Educação

Texto Anna Luisa Schuck*

 

Com o objetivo de servir como suporte às disciplinas de formação, bem como levar assuntos factuais e debates relacionados à sociedade e ao contexto e cotidiano político e cultural, o curso de Jornalismo da Unochapecó desenvolveu nos dias 06, 07 e 08 de junho, o Seminário de Atualidades, com o tema: 'Formas de habitar o presente: resistências, lutas e deslocamentos'. O evento contou com a presença de professores, estudantes, comunidade externa e palestrantes e oportunizou o debate sobre os temas dos eixos a cada dia. 

No primeiro dia (06/06), o assunto abordado foi 'Decolonialidade e pensamentos indígenas', e contou com a presença da professora em Educação, Claudia Battestin, que atualmente trabalha na área de Ciências Humanas e Jurídicas e no Programa de Pós-Graduação em Educação Stricto Sensu da Unochapecó. Claudia discutiu sobre o tema e trouxe um contexto sobre colonização, colonialidade e descolonialidade e como esses movimentos implicam na sociedade atual. 

Estudantes tiveram a oportunidade de debater sobre os temas abordados em cada dia

'Gênero e campesinato', foi o tema da terça-feira (07/06), e teve como palestrantes a professora doutora em Sociologia Política, Valdete Boni, docente na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e também Lauren Canan, cientista social e realizadora audiovisual. Ambas falaram sobre a luta das mulheres camponesas, a desigualdade de gênero, a precarização do trabalho, o empoderamento feminino e a quebra de estigmas. 

Já no terceiro e último dia (08/06), o debate ficou a cargo da mestra em Educação, pedagoga da UFFS e coordenadora de Educação do Grupo de Apoio ao Imigrante e Refugiado do Oeste de Santa Catarina (GAIROSC), Sandra Bordignon; da advogada da Associação de Haitianos Moradores no Brasil, Ingra Argenta; de Josué Julien, imigrante de origem haitiana e mestrando em Filosofia Clínica; e Valentina Aliendres Patete, estudante do curso de Jornalismo e imigrante venezuelana. O eixo contou com o tema "Processos migratórios", e abordou as lutas e histórias principalmente dos convidados que viveram o processo migratório. 

A estudante do primeiro período do curso de Jornalismo e também palestrante do terceiro eixo, Valentina Aliendres Patete, relata a importância de participar do evento e poder fazer parte da mesa de convidados. "Estou sempre aberta a descobrir algo novo, gostei de saber que tem gente interessada em aprender um pouco sobre o tema da migração, pois muitos tem que viver sem nem ter planejado. Apesar de estar muito nervosa ao falar, me senti à vontade sendo acompanhada pelos demais convidados", comenta. 

Valentina ainda destaca que poder compartilhar suas experiências é importante para ajudar quem em algum momento for passar pelos processos de migração.

"Por ser estudante de Jornalismo, sinto que posso ajudar não só minha comunidade, mas também toda a comunidade estrangeira no Brasil, pois é algo que me permite atuar na mídia e levar minha voz para eles, seja em casos de violência, xenofobia ou simplesmente para dar a conhecer suas culturas e tradições", pontua a estudante.

Carla Eduarda Cenci, também do primeiro período do curso, conta que ter a oportunidade de participar do Seminário foi gratificante. "O evento foi muito bem produzido e as escolhas dos temas foram ótimas, necessárias e bem esclarecidas pelos convidados. As questões sociais debatidas no evento estão mais presentes em nossa vida do que imaginamos, os exemplos destacados pelos participantes deixaram grandes reflexões em nossa mente", afirma. 

Já para o estudante do sétimo período do curso, Christopher Marin, o Seminário de Atualidades proporcionou, uma interação e um contato próximo com as pessoas após dois anos. "O que mais me deixou interessado foi que as temáticas trouxeram diversidade de culturas, etnias, gêneros. Além do momento extremamente rico e de aprendizado, isso me fez questionar sobre os ambientes que convivo, me perguntar quantas pessoas diversas acessam os mesmos lugares que eu, seja na universidade, no trabalho ou no caminho do cotidiano. Isso é um questionamento que, para mim, o Jornalismo deve levar como base em qualquer atuação, porque isso é olhar para fora e para dentro, compreender privilégios e buscar contribuir com a mudança", cita.

Para o coordenador das atividades do seminário e professor do curso, Marlon Santa Maria Dias, as mesas dialogaram e convergiram de uma forma muito interessante, uma vez que todos os temas estavam interligados.

"Pudemos ver o quanto essas discussões todas estão dentro de uma grande discussão, que é pensar como nós habitamos um mundo, e o presente, principalmente como determinadas populações habitam, sendo que, elas são mais suscetíveis ao processos de marginalização. Eu acho que o resultado foi bastante positivo. Em relação aos alunos, eles tiveram a oportunidade de ter contato com essas discussões que muitas vezes a gente não discute", frisa o professor.

 

*Estagiária da Acin Jornalismo, sob supervisão de Eliane Taffarel

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TAGS
Processos migratórios
Jornalismo
Gênero e campesinato
Decolonialidade e pensamentos indígenas

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