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Uno oferece o primeiro curso presencial de licenciatura em música da região

Cultura

Texto Gabriel Kreutz*

 

A música faz parte da nossa essência. Não tem como fugir, em algum momento do seu dia você vai ouvir pelo menos uma música, seja na TV, na internet, ou até mesmo um amigo cantarolando. Ela delimita processos importantes da nossa vida, como um primeiro encontro, uma série ou filme preferido e nos trazem à mente várias lembranças, combinando harmonia, melodia, ritmo e letra. Hoje (01/10), se comemora o Dia da Música e para o professor e regente da Orquestra de Câmara e do Coro Universitário da Unochapecó, Gustavo Pereira Malfatti, fica até difícil descrever em palavras a importância dela em sua vida. “Talvez com alguma música eu conseguiria me expressar melhor”.

O professor Gustavo, que faz história no cenário musical de Chapecó e da região, com mais de 20 anos trabalhando com música, agora também integra o corpo docente do primeiro curso presencial de licenciatura em Música da região, oferecido pela Unochapecó no Vestibular Uno. “Várias pessoas se envolveram na criação do curso. Um grupo de professores de música trabalhou na matriz curricular, que foi criada para se adaptar ao público da região. Foi pensado nas demandas que são reprimidas aqui, tanto da parte profissional, quanto da parte de fomento, crescimento e desenvolvimento do material artístico que temos”.

Para fazer o curso, não é preciso ter nenhum conhecimento prévio. O formato segue um embasamento teórico e possibilita atender quatro demandas. “A primeira é a pesquisa em música. Não temos nenhum material científico na nossa região que nos direcione quanto a nossa tradição musical, as origens e os movimentos que estão acontecendo. Também, a pedagogia da música, pois existe uma lei federal que indica que a música seja inserida no currículo do ensino fundamental. Porém, essa lei se choca com a realidade da falta de profissionais que deem conta desta demanda”, explica Gustavo.

Foto O professor conta que a terceira demanda é a de profissionais de música. “Não há como construir um profissional totalmente gabaritado se ele não produz música. Por isso o curso tem quatro ênfases de instrumentos para o acadêmico escolher, sendo dois instrumentos melódicos (flauta doce e violino) e dois harmônicos (violão e piano). O estudante terá que optar por um instrumento de cada classificação. A quarta demanda é a produção cultural. Temos um movimento de bandas forte na região e falta o profissional que entenda como captar recursos, como produzir seu próprio evento, seu grupo ou como se produzir enquanto artista”, destaca.

 

Incentivo à música

Mesmo sem ter um curso de graduação em música, há muito tempo a Unochapecó incentiva esta forma de cultura em Chapecó, a exemplo dos projetos de extensão Coro Universitário, Orquestra de Câmara e Musicando. “Quando eu vim trabalhar na Uno, tive a possibilidade de organizar o 1º Encontro de Orquestras. Muitos diziam que em Chapecó as pessoas não valorizavam a cultura, mas ao ver o Centro de Eventos lotado, eu percebi que as pessoas gostavam sim de música, elas só precisavam ter acesso a ela. Esse evento já chegou na sua 7ª edição e sempre com casa cheia”.

A partir de agora, os estudantes da nova gradução terão um campo amplo de estudo, que já foi estruturado pela Universidade antes mesmo do curso chegar. “Tínhamos projetos de extensão, mas sem ensino e pesquisa. Agora, para fechar o ciclo, a gente tem ótimos projetos de extensão e um curso para explorar tudo isso.Temos um material riquíssimo para pesquisa e conhecimento".

 

Foto Vida regida por notas

Quando Gustavo chegou na fase de decidir qual profissão seguir, ele até pensou em fazer Arquitetura e Urbanismo, mas a paixão pela música falou mais alto. "Pensando no que eu seria mais feliz, acabei escolhendo o piano. Mas a vida é muito ardilosa, pois eu achei que seria pianista, que iria somente me apresentar com este instrumento. Aí, no meio do caminho, descobri que gostava de dar aula e, com isso, aprendi que a música é capaz de salvar pessoas e mudar realidades". Foi esta descoberta que levou o professor a trabalhar com comunidades carentes e pessoas em situação de vulnerabilidade. "O que me mostrou que a música é uma ferramenta, não só para o meu trabalho, mas para melhorar as pessoas".

O professor explica que a música é capaz de transformar realidades, mas a primeira mudança que ela causou foi nele."Eu me transformei em um pessoa diferente trabalhando com música e eu vejo transformação em todas as pessoas com quem eu trabalho".

Todo mundo tem uma música favorita, mas Gustavo acha injusto listar uma, prefere ter compositores favoritos. "Gosto muito de Beethoven, até pela história de vida dele. Ele perdeu a principal ferramenta de trabalho de um músico, a audição, e mesmo assim, no final de sua vida, compôs a 9ª Sinfonia. Uma obra instrumental que ele colocou coro e solistas cantores. Mas não poderia apontar só um compositor, pois seria desonesto com tantos outros", comenta.

Entender a grandeza da música foi fundamental para a carreira que ele construiu. Passar o quão ela é importante para seus alunos virou sua missão. "Nas minhas aulas eu dou o máximo de mim para que todos aprendam. Não meço esforços, tempo e cobrança. Eu digo para os alunos não esquecerem que a música é sempre superior a nós, pois o músico que se veste de ego perde a linha e não consegue ser um bom profissional. A minha personalidade não pode transpor o que a música é. Eu quero continuar servindo a música, e esse novo curso é um passo muito importante para isso", finaliza.

 

*Jornalista do Núcleo de Produção de Conteúdo (NPC) -Unochapecó
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