Egresso da segunda turma de Fisioterapia da Unochapecó, Anderson Junior Maraschin participou do primeiro Simpósio Sul-Brasileiro de Fisioterapia durante a graduação, momento crucial para decidir que rumo tomar depois de formado. “Uma das primeiras oficinas que eu fiz foi sobre a área que eu atuo hoje. Eu achei muito interessante na época e isso me pautou como um caminho pós faculdade”. Na edição de 10 anos do evento, realizada nos dias 27, 28 e 29 de setembro, Anderson participou novamente, mas dessa vez ministrando a oficina “Fisioterapia na Neurologia”, mostrando um pouco aos acadêmicos o trabalho que desenvolve profissionalmente.

O fisioterapeuta, especializado em neuropediatria, conta que a demanda por esta área vem crescendo, principalmente por dois aspectos. “Primeiro no paciente adulto, que tem vivido mais e com isso aumentou-se a incidência de patologias associadas ao envelhecimento, ou doenças degenerativas. E segundo, no caso das crianças, existem muitos prematuros extremos nascidos e sobrevivendo, o que tem aumentado o número de crianças com disfunção neurológica”. Mais recentemente, devido aos casos de microcefalia em recém-nascidos e associados ao zika vírus, Anderson conta que a área também tem sido muito procurada.

Promovido pela Unochapecó, através do curso de Fisioterapia e com o apoio da Faculdade de Pato Branco (Fadep) e a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI -Erechim), a 10ª do Simpósio reuniu mais de 240 estudantes das três Instituições. Os acadêmicos tiveram contato com profissionais de diferentes áreas da Fisioterapia, através de palestras e oficinas. Junto com o evento, que é realizado cada ano em uma das Universidades, também foi promovida a Semana Acadêmica do curso de Fisioterapia da Unochapecó e o III Encontro de Egressos da URI, Unochapecó e Fadep.

Programação

No primeiro dia, a palestra de abertura foi sobre a saúde de vida do Fisioterapeuta, que muitas vezes dedica o seu tempo cuidando dos outros e, eventualmente, acaba esquecendo de se cuidar. “Foram abordados alguns aspectos do que a gente deve cuidar na nossa vida profissional, que pode interferir em nossa vida pessoal no futuro”, explica uma das coordenadoras do evento e professora do curso, Tahiana Cadore Lorenzet Zorzi. Nos dias seguintes foram desenvolvidas oficinas sobre diferentes temas durante a manhã e tarde. “Os estudantes querem praticar e conhecer coisas novas e a maioria das oficinas tem a prática, possibilitando que eles coloquem a mão na massa. Os encontros suprem um pouco essa necessidade que eles têm de ver coisas novas e ouvir pessoas de fora”.

Para escolher os temas, foi feito uma pesquisa com os estudantes da Unochapecó pensando nos assuntos que eles gostariam de aprender mais. “Tem alguns temas que estão mais na moda, como a bandagem elástica que apareceu bastante nas olimpíadas. A parte da UTI também chama muito a atenção deles e o treinamento funcional, que é algo que está crescendo na área da fisioterapia, onde o fisioterapeuta trabalha junto com o preparador físico”.

A professora conta que o retorno dos participantes foi muito positivo e mostra que a integração entre as três universidades ocorreu. “Os professores das outras universidades elogiaram bastante a estrutura da Unochapecó em todos os laboratórios e materiais. Isso é interessante pra gente também, porque quando pessoas de fora elogiam a nossa estrutura, a gente também passa a valorizar mais o que é nosso”.