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Ceom/Unochapecó finaliza projeto de recadastramento de sítios arqueológicos

Cultura

No mês de julho, o Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina (Ceom/Unochapecó) fez a entrega de todos os resultados do ‘Projeto de Recadastramento de Sítios Arqueológicos nas Mesorregiões Oeste e Planalto de Santa Catarina' e da sinalização de sítios arqueológicos ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Em 2019, o IPHAN, que tem entre suas atribuições a gestão do patrimônio arqueológico brasileiro, criou o projeto de recadastramento de 533 sítios arqueológicos de Santa Catarina, nas regiões Oeste e Planalto. A ação surgiu da necessidade de atualizar o banco de dados da Instituição, especialmente em relação aos sítios registrados na década de 1960 até início deste século.

Os trabalhos de campo ocorreram entre 2019 e 2020. No total foram visitados 48 municípios e percorridos cerca de 50.000 km. Ao final, 243 sítios foram recadastrados e outros 76 novos sítios foram identificados e registrados. Ainda, outros sítios foram considerados destruídos, alagados pelos reservatórios  das usinas, ou não foram mais encontrados devido à pouca informação existente. Assim, foram para base de dados 319 sítios, e entre eles, foram escolhidos 30 para sinalização com a instalação de placa informativa.

 

Os sítios arqueológicos 

A maioria dos sítios são fruto de grandes áreas residenciais dos antepassados Guarani, localizados em altitudes mais baixas e áreas tropicais do vale do rio Uruguai (<300 metros sobre o nível do mar - m.s.n.m). Outro conjunto de sítios é composto por estruturas subterrâneas, estruturas funerárias monumentais que correspondem à unidade arqueológica Itararé-Taquara, localizados nas Terras Altas, entre 700 e 1800 m.s.n.m. 

Além dessas tarefas de levantamento, foram realizadas coletas intensivas de superfície, seções estratigráficas, coleta de sedimentos e amostras de datação. Também foram realizadas ações de resgate, principalmente de urnas funerárias Guarani que foram detectadas na limpeza de áreas para agricultura, colocação de cercas ou durante tarefas rotineiras no campo, e que estavam amplamente expostas. 

Durante a realização das tarefas de campo, surgiram também alguns dos problemas clássicos do cadastramento de sítios, como a determinação dos limites e a definição das áreas de amortecimento para a conservação de cada um deles. A relocalização de sítios previamente identificados, vários deles inéditos para a literatura, bem como a detecção de novos depósitos, permitiu selecionar alguns deles a serem escavados. 

Também foram realizados os primeiros trabalhos regionais de topografia digital de alta precisão por meio de levantamento aéreo com drone. Destaca-se, ainda, o processo de formação de recursos humanos realizado durante os quase dois anos do projeto, que abrangeu campos tão diversos como a detecção aérea de sítios arqueológicos, a formulação de protocolos de conservação de sítios para os proprietários, o levantamento de tarefas com diferentes tipos de equipamentos e escavação de sítios arqueológicos com características muito diversas, bem como uma oportunidade praticamente única de abordagem a um registo arqueológico incrivelmente variado e complexo.

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