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Projeto de cooperação internacional com a União Européia promove troca de experiências

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Um workshop sobre a agroindústria e as melhores práticas da Emilia-Romagna voltados a pequenas e médias empresas da cadeia do leite e carne reuniu em Concórdia, desde terça-feira, até esta quinta, 12 de julho, pesquisadores, produtores e representantes de instituições de ensino e órgãos governamentais do Estado. O case apresentado é o de Emilia Romagna, região da Itália conhecida pelo sucesso na aplicação de tecnologia e inovação na produção rural de pequenas e médias propriedades. A especialista da Emilia-Romagna, Maria Teresa Pacchioli, visitou Santa Catarina para dividir esta experiência no evento, e também esteve na Unochapecó para conhecer laboratórios, pesquisadores e as políticas para o fomento de projetos de inovação e tecnologia voltados ao agronegócio.

emilia A visita faz parte das ações do Projeto de Cooperação Internacional firmado entre a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e a União Européia, por meio das regiões de Emilia-Romagna (Itália) e Baden Wüttenberg (Alemanha), duas das mais dinâmicas da Europa em termos de inovação. O objetivo do projeto é trazer profissionais qualificados, que vivenciam as transformações, para discutir as melhores práticas para promoção de três temas centrais: agroindústria, biotecnologia e sistemas regionais de inovação para pequenas e médias empresas.

Maria Teresa Pacchioli trabalha no CRPA, um centro privado da região de Emilia-Romagna que atua junto a produtores e empresas do agronegócio e está visitando Santa Catarina para dividir experiências e conhecer o sistemas produtivos da região. Profunda conhecedora dos processos agroindustriais, ela apresentou exemplos de sucesso como o “prosciutto de Parma” e o “queijo Parmigiano Regiano”.

Antes de visitar a universidade, Maria Teresa conheceu algumas regiões de Santa Catarina, como Lindóia do Sul, onde pode analisar a estrutura de agroindústrias e propriedades rurais. Ela disse que existe uma diferença entre os pequenos produtores de Brasil e da Europa. Na Itália, por exemplo, os pequenos produtores têm áreas em tamanho maior do que aqueles considerados pequenos produtores no Brasil. Existem incentivos públicos e programas europeus competitivos para aquecer a comercialização e também facilitar os custos da produção. Ainda segundo Pacchioli, no Brasil o desenvolvimento e a utilização de pesquisas e tecnologias fica restrito principalmente aos grandes produtores, algo que na Itália é de fácil acesso para todas as camadas do setor produtivo.

Cultura do agronegócio

O reitor da Unochapecó, professor Odilon Luiz Poli, comentou que a região Oeste possui uma cultura de agronegócio muito forte e que a universidade busca interagir com essa realidade através de projetos como o curso tecnólogo de Produção Leiteira, único no país desenvolvido gratuitamente para filhos de produtores. Outra iniciativa que visa colaborar com esse cenário é o Parque Tecnológico, que está em fase de definição do modelo de atuação. “Estas experiências vividas na Europa e, particularmente na Emilia-Romagna, eu tive o prazer de conferir pessoalmente há alguns anos. É impressionante como os pequenos, com o incentivo adequado, conseguem se tornar competitivos e prósperos. É isso que queremos para nossa região”, indicou Odilon.

Segundo o representante da Fapesc, Diógenes Feldhaus, o projeto está focado na difusão de conhecimento não somente da produção de carne ou de leite, mas na sua industrialização e comercialização por pequenas e médias indústrias. “Buscamos apresentar e discutir a cadeia da pequena e média agroindústria catarinense vis a vis a experiência européia. Queremos identificar oportunidades de melhoria ou práticas a serem implementadas”, explicou Feldhaus. Além disso, afirmou que se busca incentivar a apresentação de propostas específicas de fomento à inovação através de instituições do Estado, como a própria Fapesc.

Após a realização dos workshops na região Oeste, o próximo evento será realizado de 6 a 10 de agosto, em Concórdia e Joinville, voltado à biotecnologia, com expert de Baden Wüttenberg (Alemanha). Em seguida, de 17 a 21 de setembro, em Florianópolis, haverá um seminário sobre sistemas regionais de inovação, com experts da Itália e da Alemanha. No início de outubro, ocorrerá encontro na Comissão Européia em Bruxelas (Bélgica), onde serão avaliados os resultados parciais do projeto. A programação europeia encerrará com a viagem de uma delegação, formada por um representante de cada tema abordado pelo projeto no Brasil. Eles conhecerão na Europa as regiões de Baden-Wüttenberg e de Emilia-Romagna, de 16 a 29 de outubro. O projeto também inclui a participação de um representante da delegação em um workshop sobre biotecnologia, que será realizado em Córdoba (Argentina).

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