Minha Uno
Menu Busca

Atividade foi ministrada pela indígena e socióloga Azelene Kaingáng

Geral

Cultura, saúde indígena e os desafios para encontrar o equilíbrio entre a medicina ocidental e a medicina indígena. Esse foi o tema abordado em uma palestra, realizada em março, para integrantes do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET-Saúde/Redes de Atenção 2013/2015, na Unochapecó.

foto

A palestra foi proferida pela indígena e socióloga Azelene Kaingáng, que recebeu o Prêmio Nacional de Direitos Humanos 2006. Participaram estudantes, preceptores (profissionais da Secretaria de Saúde) e tutores (professores da Unochapecó) do PET Saúde Redes de Atenção, um total de 64 pessoas.

Conforme a coordenadora do PET-Saúde Redes de Atenção e técnica do Setor de Projetos e Planejamento da Secretaria de Saúde, Gessiani Fatima Larentes, o objetivo geral do projeto é reorientar a formação profissional e promover transformações nos processos de geração e apreensão de conhecimentos. “Considerando que os grupos de pesquisa estão em fase de construção do projeto, a palestra da socióloga Azelene qualificou o ‘olhar’ dos participantes sobre a temática indígena, considerando a vivência, conhecimento e dados apresentados pela palestrante”, frisa Gessiani.

A Unochapecó, a Secretaria de Saúde e o Hospital Regional do Oeste foram selecionadas no PET-Saúde/Redes de Atenção, atendendo ao Edital nº 14, de 8 de março de 2013, da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, aprovando três grupos tutoriais. Destes, dois tem enfoque na população indígena: Saúde e meio ambiente: estudos dirigidos com grupos/comunidades específicas.

Índios no Brasil

No Brasil existem 817.963 indígenas segundo o censo do IBGE de 2010, sendo que 315.180 vivem na cidade e 502.783 vivem em seus territórios. No total, são 260 povos indígenas e 180 línguas faladas. Conforme explicou Azelene, os sistemas tradicionais indígenas de saúde são baseados em uma abordagem holística de saúde, cujo princípio é a harmonia de indivíduos, famílias e comunidades com o universo que os rodeia. “As práticas de cura respondem a uma lógica interna de cada comunidade indígena e são o produto de sua relação particular com o mundo espiritual e os seres do ambiente em que vivem”, disse.

O Brasil possui uma legislação específica que trata sobre saúde indígena. A Lei Arouca (nº 9.836/99), aprovada em 23 de setembro de 1999, instituiu o Subsistema de Saúde Indígena no Brasil. De acordo com a apresentação de Azelene, a Política Nacional de Atenção a Saúde dos Povos Indígenas tem como propósito garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa contempla a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política de modo a favorecer a superação dos fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde de maior magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua cultura.

COMPARTILHE

LEIA TAMBÉM

comments powered by Disqus
Whatsapp Image