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Relembre: Unochapecó entrevista fundador da Chapecoense

Esporte

Matéria Publicada em 11/05/2011.

 

Que o brasileiro é apaixonado por futebol todo mundo sabe. Estádios repletos de torcedores que fazem da camisa de seu time a segunda pele, gritando a plenos pulmões, impulsionando a equipe para o ápice: o gol. Porém, essa paixão nasce muito antes das conquistas, no coração dos que sonham com o clube, planejam e tornam a equipe realidade. Objetivando contribuir na preservação da memória da Associação Chapecoense de Futebol, o Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina (Ceom/Unochapecó) está realizando o mapeamento histórico na região, buscando histórias como a de Gomercindo Luiz Putti, que está intimamente ligada ao Verdão.

 

Nascido em 5 de maio de 1942, em Erechim-RS, Putti veio à Santa Catarina para jogar em um clube de Concórdia, em 1958. Dois anos depois, transferiu-se para Chapecó, onde defendeu o Independente, até o início da década de 1970, quando o clube foi extinto. Foi nessa época que Putti conheceu sua esposa, Namir Aparecida Domschi Putti, com quem é casado até hoje. Namir revela que ela e as amigas iam ao estádio assistir aos jogos, que se tornaram mais interessantes depois que o conheceu em uma das partidas do Independente.

No mesmo período, outra equipe de futebol do município, o Atlético Chapecó, também fechou as portas. Então, Putti pendurou as chuteiras como jogador e participou, com um grupo de fanáticos pelo esporte, apoiados por empresas e pelo comércio local, na fundação da Associação Chapecoense de Futebol, em 1973, conforme documento oficial do clube, registrado em cartório na época. O surgimento do clube representava a união entre alguns jogadores e a comissão técnica remanescentes das duas equipes anteriores, o Independente e o Atlético Chapecó. Putti foi nomeado vice-presidente do clube, ao lado do presidente Lotário Immich, e assumiu também o comando do time até a contratação de treinador.

Com muitas fotos e documentos, Putti explica que já no início a Chapecoense contava com jogadores profissionais remunerados, que treinavam no Estádio Índio Condá, que possuía arquibancadas de madeira, também eram usadas como alojamento improvisado de alguns atletas do clube. Em apenas quatro anos, o Verdão já conquistava seu primeiro título estadual, em 1977, sobre o Avaí. Segundo Gomercindo Putti, o clube avaiano já era, naquela época, o grande rival da Chapecoense.

 Memória organizada

Depois de mais de 10 anos de dedicação ao Verdão, Putti deixou a diretoria do clube e, na década de 1990, mudou-se com a família para Águas de Pratas, em São Carlos, onde reside até hoje. Longe da badalação de Chapecó, ele mantém suas memórias organizadas e guarda, com todo o carinho, cada detalhe da história que ajudou a construir.

No auge de seus 69 anos, Putti relembra, em depoimento ao Ceom/Unochapecó, dos amigos que fez na época em que era jogador e daqueles com quem iniciou a Chapecoense. Para ele, chegar ao Índio Condá hoje, 38 anos depois da sua fundação, encontrar a arquibancada pintada de verde e com uma torcida apaixonada, é uma emoção indescritível. “O coração treme porque, afinal de contas, fomos nós quem botamos a criança no mundo”, brinca Putti. Simpático e com humor afiado, ele mostra com orgulho as medalhas e placas que recebeu por anos de dedicação ao esporte. “A minha maior vitória é ver a torcida da Chapeconse, é ver o sonho crescendo”, afirma.

Devido a problemas de saúde, Putti não pôde estar presente no jogo do Verdão na conquista do returno, sobre o Avaí, e nem na primeira disputa da final, em Criciúma, mas ele pretende estar no estádio neste domingo, 15 de maio, para apoiar a Chapecoense em busca de mais um título. Durante a visita ao Ceom, Gomercindo Putti recebeu uma camisa oficial da Chapecoense, como homenagem e agradecimento, com o número “5” usado por muitos anos por ele durante a carreira.

A história da Associação Chapecoense de Futebol foi construída com a participação de muitas pessoas. Como Gomercindo Putti, outras pessoas podem contribuir com o trabalho de resgate feito pelo Ceom, mediante contato pelo telefone (49)3323-4779 ou e-mail ceom@unochapeco.edu.br

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