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A arte de se reinventar

Profissão

Texto Gabriel Kreutz*

 

Imagine só! Num dia você foi trabalhar, como tem feito diariamente nos últimos anos. Seu local de trabalho, seus colegas, sua rotina, tudo permanecia igual. Mas, em questão de um dia, tudo mudou. O contato pessoal, tão importante para fazer tudo fluir, foi cortado. Pelo bem de todos, o isolamento foi necessário, mas o trabalho não teve como parar.

Tenho certeza que muitas pessoas, no mundo inteiro, se identificam com essa história. Vivemos um momento inédito na história da humanidade, e para combater uma doença, e evitar o colapso do sistema de saúde, tudo teve que se adaptar. Na Unochapecó, depois de um longo período em casa, alguns funcionários voltaram a trabalhar presencialmente, mesmo assim, a maioria continua de forma remota. Mas como a vida segue, todos os profissionais tiveram que tocar em frente, e neste dia 1º de maio, comemorado o Dia do Trabalhador, mais do que nunca, é a capacidade de se reinventar de cada um que deve ser celebrada.

E falando em se reinventar, os profissionais da área da saúde são os maiores exemplos ultimamente. Vemos diariamente a luta travada por eles contra o avanço do Covid-19. Esses são os espelhos para os estudantes desta área, que também tiveram mudanças no seu aprendizado. Talvez, é nesses cursos que o contato humano seja um dos fatores mais importantes para o profissional se desenvolver. Mas como, então, aprender a distância, sem que haja qualquer tipo de convívio pessoal?

A professora Karen passou a ministrar aulas de casa 

“Neste momento, as práticas estão suspensas. Mas buscamos tranquilizar nossos estudantes que assim que possível todas as atividades serão retomadas e repostas. Neste momento, trabalhamos muito a teoria. Buscamos utilizar estudos de caso, como forma de aproximação com a realidade. Como professora, é um desafio ministrar aulas sem ver as expressões deles e sem as conversas de intervalo”, explica a coordenadora do curso de Enfermagem da Unochapecó, professora Karen Andrigue.

Assim como para todos os trabalhadores, o primeiro sentimento da professora foi de incerteza, insegurança e pensamento de que esse distanciamento poderia ser algo breve. No entanto, o caminho mesmo foi a adaptação. “Não foi fácil, na Universidade possuímos uma rotina de trabalho, horários e contatos que facilitam a jornada. Contudo, o entendimento da necessidade que o isolamento é necessário para preservar nossa comunidade faz com que nos adaptemos. Organizar a rotina familiar ao trabalho representa o maior desafio. Tenho um filho de treze anos o qual também tem aulas remotas todas as tardes e sente-se sozinho sem a convivência com amigos e avós. Então, é necessário suprir a família e equilibrar com as demandas de trabalho”.

Mesmo com todo esse cenário desafiador, ter como se adaptar e se unir mostra que temos muitos motivos para acreditar que iremos sair dessa mais fortes.

“Vejo a empatia que emergiu no curso, professores e estudantes buscando auxiliar-se nas aulas remotas e movimentos como a campanha que o curso realizou arrecadando produtos de limpeza e higiene para o Centro de Convivência do Idoso de Chapecó (CCI). Assim, creio que para a comunidade ficará o sentimento de empatia, solidariedade e afeto”, completa Karen.

 

A casa como local de trabalho

A casa de Luciana também virou local de trabalho

A analista de pós-graduação stricto sensu da Unochapecó, Luciana Lunelli, também com um filho em idade escolar, viu sua casa virar local de trabalho e de aula, ao mesmo tempo. “Num primeiro momento, foram vários os sentimentos, de angústia, preocupação, ansiedade, tensão, incertezas, além dos  questionamentos que emergiram: como será? o que esperar? como conciliar as atividades do trabalho com a família e compreender essa nova dinâmica que o isolamento nos impôs”, relata.

Mas aos poucos, uma rotina foi criada, e graças à capacidade de adaptação, foi possível conciliar a nova realidade. “Com todos em casa ao mesmo tempo, aprendemos a compartilhar mais as atividades domésticas. Também, passamos a usar a criatividade em momentos de lazer, respeitar nossas individualidades, desenvolver novos hábitos e compreender que não é tão simples ficar em quarentena, mas que juntos podemos tornar os dias mais fáceis e tranquilos”.

Mesmo que o local de trabalho tenha mudado, as funções desenvolvidas são as mesmas, porém, a situação é diferente, e, ao invés de colegas de trabalho, são os familiares os principais contatos. “É necessário se fazer entender que, apesar de você estar em casa, naquele horário, você está trabalhando”. Como lição disso tudo, Luciana acredita que essa situação nos proporcionará muitos elementos para acionarmos nossos mecanismos de mudança e ressignificar nossos hábitos e comportamentos.

“Que quando tudo isso passar, estaremos mais atentos com nossa saúde, tanto particular como pública, com nosso consumo, com o outro, com nossas escolhas, com as nossas relações de convívio pessoal e profissional. Que possamos, no meio em que vivemos atuar com empatia, boas atitudes e respeito”, finaliza.

 

*Jornalista - Assessoria de Imprensa Unochapecó

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