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A realidade em traços de grafite

Comunidade

Texto Vanessa Marquezzan*

 

Por trás da arte do grafite, sempre existe uma mensagem, que leva as pessoas a refletirem sobre os mais variados assuntos. Do papel para a parede, também são transmitidos sonhos e realidades. Como a ideia que o artista Digo Cardoso buscou passar ao juntar sua arte com as obras produzidas pelos jovens atendidos no estágio de Psicologia Social Comunitária. O serviço é realizado pelo curso de Psicologia da Unochapecó, junto com o projeto Rede de Atendimento à Infância e Adolescência (Raia), no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas II) de Chapecó. A obra foi grafitada na última quinta-feira (06/12), no painel do bloco C.

As atividades do estágio são desenvolvidas em sete espaços de políticas públicas de Chapecó e atendem cerca de 100 pessoas. O professor do curso de Psicologia, Murilo Cavagnoli, explica que o trabalho realizado com os grupos é voltado na perspectiva da psicologia social. "Como grupos terapêuticos mediados pela experiência estética, ou seja, alguma linguagem artística, como música, literatura, artes plásticas e, neste caso, o grafite", comenta.

O trabalho que resultou no grafite envolveu 12 jovens que são atendidos pelo Creas II. As atividades foram mediadas por duas estagiárias do curso, que através do envolvimento do grupo com o grafite buscaram criar formas de expressão sobre questões que são próprias da comunidade local. Os desenhos foram feitos inicialmente em telas, baseadas em temáticas desenvolvidas no próprio grupo, como a sociedade em que vivem, o tráfico, questões familiares e os processos de exclusão comuns para essa população.

aefereAs obras foram encaminhadas para Digo, a partir disso, o artista fez um compilado dos desenhos e criou o grafite final. Ele iniciou a pintura do painel na manhã de quinta e durante a tarde alguns dos jovens estiveram presentes para ver o processo de perto e também aprender sobre o grafite. Para Digo, essa é uma atividade importante, pois um dos maiores objetivos da arte é fazer pensar e questionar, não necessariamente agradar. "Fazer com que as pessoas vejam aquilo, pensem e reflitam. Além de tocar as pessoas, seja como uma parte boa ou ruim", finaliza.  

A atividade, de acordo com Murilo, busca produzir uma experiência reflexiva dentro do próprio grupo, ou seja, oferecer recursos para objetivar aquilo que eles produzem enquanto discurso pela arte. "Esse é um meio de criar um espaço político de expressão em forma de arte, que consegue trazer um pouco da perspectiva dos jovens para dentro de um espaço que eles não ocupam, como o universitário", assinala o professor.


*Estagiária, sob supervisão de Jessica De Marco
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