Nesta segunda-feira (03), mais um semestre letivo começou para 420 crianças da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) na cidade de Saudades. Mas, a escola que os alunos deixaram há três semanas, está diferente. O local foi danificado por conta da enchente que devastou algumas cidades do oeste catarinense no dia 14 de julho, fazendo com que muitos materiais da escola fossem perdidos.

Claudete Jahnel, diretora da Emef, conta que a primeira sala atingida foi a de artes, que ficou totalmente submersa. “Todos os materiais utilizados pelos professores de artes e pelos estudantes foram perdidos”, afirma. No caso dos materiais utilizados nas aulas de educação física, não foi diferente. "Não sobrou nenhuma bola”, relata Claudete.

A secretária de educação, Zeli Vergues Stein, aponta que alguns móveis foram recuperados e estão sendo reutilizados, mas as maiores perdas foram na biblioteca. “Perdemos cerca de R$ 30.000 reais em livros na biblioteca. Foram comprados livros novos nas últimas semanas, que nem foram tirados das caixas, mas que a água levou embora” ressalta a secretária. Claudete também lembra que a recuperação parcial da escola só foi possível graças ao trabalho coletivo de professores, comunidade em geral e pessoas de outras cidades, que não mediram esforços para limpar e organizar o local. “Neste momento, os materiais que ainda podem ser utilizados vamos aproveitar para dar sequência as aulas, depois, aos pouquinhos vamos trocando”, destaca.

Pensando na reestruturação da escola, a Unochapecó, através da comissão solidária para assuntos de emergência, está organizando uma campanha de arrecadação dos materiais necessários, podem ser doados livros de literatura infantil e infantojuvenil. “Na terça-feira do dia 14, mesmo com as fortes chuvas, não achamos que a água chegaria até a escola, pois nunca havia chegado. As 11h15min da manhã erguemos os móveis, mas a água ainda não tinha chegado. Porém, quando voltamos lá as 12h30min, a água já tinha entrado cerca de 1,5m de altura na escola”, relata Claudete.

De acordo com Zeli, neste momento toda a ajuda é bem vinda para que a escola possa se equipar novamente, dando todo o suporte para as atividades do dia-a-dia das crianças. “Como nosso município teve vários estabelecimentos públicos afetados pela água, decidimos pedir ajuda para a universidade, já que o poder público está debilitado financeiramente. Tudo o que vem nesse momento para a escola é necessário para ela se estruturar novamente”, conclui.

Comissão solidária

A Unochapecó possui a Comissão solidária para assuntos de emergência, que é composta por representantes de cada área da universidade. Este grupo atua em situações de calamidade pública, pois estudantes e funcionários da universidade que moram em cidades da região muitas vezes são atingidos.

De acordo com a diretora de Desenvolvimento Humano da Unochapecó, professora Rosalba Scartezini Martins, a primeira ação após a enchente atingir as cidades, foi arrecadar donativos para a população, além da participação de voluntários nas cidades atingidas. “Agora que a maioria das casas já foram recuperadas, começa a vir a demanda dos estabelecimentos públicos. Foram eles quem trouxeram a demanda específica do que precisam através de um ofício” afirma.

Ainda segundo Rosalba, a comissão, juntamente com a reitoria da universidade, vai trabalhar para arrecadar esta demanda específica, e ainda vai destinar uma verba para a compra de alguns materiais didáticos necessários. As doações podem ser feitas até o dia 12 de agosto, na Diretoria de Desenvolvimento Humano (DDH), no bloco A da Unochapecó, e no Diretório Central dos Estudantes (DCE), nos períodos matutino, vespertino e noturno.