De filmes grandiosos como Branca de Neve e os Sete Anões ao clipe icônico 'Take on Me' da banda A-ha, o que ambas tem em comum é uso da rotoscopia. Essa é uma técnica de animação onde cada quadro retratado é desenhado a mão, para depois ser animado em uma sequência. Neste semestre, o desafio lançado aos estudantes do terceiro período de Design e quarto período de Produção Audiovisual foi recriar o clipe Elastic Heart, da cantora Sia, usando a rotoscopia.

Essa é a segunda vez que a atividade é realizada. A primeira ocorreu no ano passado, nas disciplinas de 'Arte Sequencial' e 'Animação e Motion Graphics', ambas ministradas pelo professor Rodrigo de Oliveira. Na ocasião, a técnica foi usada para  reformular o clipe da música Sorry, do cantor Justin Bieber. Nesse ano, a música escolhida foi uma indicação dos estudantes.

Depois de avaliar as possibilidades que o clipe oferecia, o professor reduziu o número de quadros. Segundo ele, os videoclipes normais têm cerca de 24 quadros por segundo. No caso dos estudantes, foram utilizados 12 quadros por segundo ou 12 desenhos diferentes. "Os alunos tiveram acesso a todos os quadros e a partir deles puderam criar a mão, ou utilizando softwares, novas cenas", explica.

Os acadêmicos receberam um guia de como realizar uma animação usando a rotoscopia e algumas partes também foram animadas pelo professor. Seus 80 quadros levaram quase duas horas para ficarem prontos. "Essa atividade é avaliativa e os estudantes se esforçam muito para fazer um trabalho bonito e alcançarem uma boa nota."

Para Leonardo Zancheta, acadêmico de Produção Audiovisual, foram semanas assustadoras, mas no bom sentido. Segundo o estudante, entregar o trabalho finalizado e com uma qualidade boa custou algumas noites sem dormir. "A rotoscopia não é um bicho de sete cabeças. Usando a criatividade e sabendo os conceitos, é possível fazer uma animação bacana", conta.

A interpretação da letra foi uma das inspirações de Leonardo na hora de criar a sua parte. O estudante utilizou duas técnicas em seu trabalho. "Desenhei uma das sequências a mão e as outras duas no computador, porém sempre mudando o estilo do desenho, para poder experimentar outros conceitos."

A única regra da atividade era o uso da técnica, portanto, os traços e a criatividade na hora de criar eram livres. "Estimulo os estudantes a entenderem a letra para até mesmo usá-la como inspiração, mas, no final, o resultado sempre surpreende", comemora o professor Rodrigo.