Uma universidade comunitária possui diversas características que a tornam diferente das demais. Entre elas, reverter o dinheiro arrecadado na realização de projetos sociais. A comunidade em que está inserida é a maior beneficiada, além, é claro, dos próprios estudantes, que desde cedo estão em contato com a prática de suas profissões. Uma experiência que comprova essa finalidade da Unochapecó aconteceu na quinta-feira (27/07), durante atividade na cidade de Paial. Um projeto de extensão desenvolvido pelo Ambulatório de Especialidades Médicas (AEM) levou informações importantes à população do município e atendimentos gratuitos.

O diretor técnico do AEM, professor Rogério de Souza Barcala, coordenou a atividade, com a colaboração da professora Fabiana de Souza Barcala. Treze estudantes dos cursos de Medicina e Fisioterapia também participaram da ação de forma voluntária, já que estavam em período de férias. Eles aproveitaram o momento de folga para adquirir mais conhecimento e, conforme relataram, a experiência foi gratificante.

Segundo Rogério, que é médico cardiologista, a ação integrou o programa Hiperdia, desenvolvido pelo município para um grupo de hipertensos e diabéticos. "Dentro dessa atividade fizemos uma triagem para diferenciar pacientes de alto, baixo e moderado risco. O objetivo foi elaborar um levantamento para depois, junto com a gestão, estabelecer estratégicas para o tratamento desses pacientes", explica.

Além de esclarecer as dúvidas sobre as doenças, através de uma palestra, os professores, junto com os estudantes, atenderam mais de 130 pessoas. Essa é a primeira vez que o Ambulatório sai da Universidade para realizar esse tipo de atividade, iniciativa que, segundo o professor, deve ser reproduzida em outros municípios. "É muito importante que a Instituição possa espalhar conhecimentos como esse para que a comunidade cresça", acrescenta.

Aprender na prática

Aliar teoria e prática é a melhor forma para se aprender algo. A atividade em Paial foi uma ótima oportunidade para isso. Prova da importância dessa ação é que, nem mesmo o fato de estarem no período de férias limitou os estudantes a participarem. Para Luana Sulzbacher, acadêmica do oitavo período de Fisioterapia, o evento contribuiu para a equipe conhecer ainda mais o mercado de trabalho. "Como já estamos na fase dos estágios, é muito interessante para nós estarmos inseridos com a comunidade".

Gustavo Vandré Dassi Salvador, além de acadêmico do oitavo período de Fisioterapia, é funcionário da Unochapecó. Para ele, além do contato com a prática, a atividade foi muito significativa, pois aconteceu de forma interdisciplinar, permitindo uma transmissão de conhecimentos entre alunos e professores. "Ações como essa são relevantes para ambos os cursos. Além de aprender em sala, levamos o conhecimento adquirido à comunidade, revertendo em ações de promoção à saúde", diz.

A acadêmica do sexto período de Medicina, Brenda Hermann Bonifácio, também foi voluntária na atividade. Ela ressalta a importância do trabalho em grupo, onde além de ensinar também se aprende. "É uma forma de trocar conhecimentos", finaliza.

Perto da comunidade

Com pouco mais de 1,7 mil habitantes, Paial é um município localizado há 31 quilômetros de Chapecó. Como uma universidade comunitária, a Unochapecó atua na busca pelo desenvolvimento regional, por isso realiza ações não somente no local em que está inserida, mas também nas proximidades.

Para o prefeito de Paial, Nevio Antonio Mortari, que acompanhou a ação, é muito interessante para o município manter essa relação com a Universidade. "Sei da relevância da Unochapecó e do bom trabalho que desenvolvem em parceria com os municípios da região. Nós, enquanto gestores, ficamos muito gratos pelo trabalho que está sendo feito".

A comunidade também ficou feliz e satisfeita com o atendimento recebido, já que a cidade possui apenas uma unidade de saúde e muitas vezes é preciso buscar tratamentos mais específicos em Chapecó. Por isso, receber novos profissionais que possam colaborar com a população é sempre importante.

Ana Candido, de 77 anos, foi uma das pessoas atendidas na ocasião. Ela relata a experiência e a gratidão pelo carinho recebido durante os atendimentos dos alunos e professores.