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Episódio de hoje: as séries e a cultura dos fãs

Educação

Texto: Juliane Bee*

 

Agora disponíveis em plataformas digitais, as séries de televisão vivem seu auge. E essa nova forma de produzir conteúdo e engajamento dos fãs foi um dos assuntos debatidos na aula inaugural dos cursos de Comunicação e Design da Unochapecó, ministrada pelo doutor em comunicação, o jornalista Pedro Peixoto Curi. O evento foi realizado na noite desta segunda-feira e lotou o salão de atos da Universidade.

Em busca da uma melhor experiência de entretenimento, os fãs foram os grandes responsáveis pela migração dos meios de comunicação, que precisaram se adequar às novas plataformas de distribuição de conteúdo. Segundo o palestrante da noite, as empresas passaram a entender que o "ser fã" não é apenas uma questão comportamental, e sim mercadológica. "Nos últimos anos houve uma transição do papel do fã, que deixou de ser considerado irracional e sem senso crítico, tornando-se fiel e proativo", explica.

 

De fanarts a fanfilms

A familiaridade com as referências e assuntos abordados transformou o fã em um especialista no assunto, designando para si a responsabilidade de corrigir falhas existentes no roteiro e a criação de outra perspectiva. Portanto, eles deixaram de ser apenas consumidores para se tornarem produtores de conteúdo.

A internet é a ferramenta que auxilia no desenvolvimento, distribuição e consumo desses conteúdos, popularmente conhecidos como fanarts (obra de arte criada por fãs); fanzines (revista editada por fãs); fanfics (ficção de fã) e fanfilms (filmes produzidos por fãs). Citado durante a palestra, o fanfilm "Raiders of the Lost Ark - The Adaptation", por exemplo, foi produzido por fãs de Indiana Jones, na época com 11 anos, que recriaram quadro a quadro as cenas do filme. A primeira cena foi rodada no verão de 1982 e a última 25 anos depois. A produção deu início ao documentário "Raiders!: The Story of The Greatest Fan Film Ever Made", que estreou em 2015. Já no Brasil, o destaque são as telenovelas, produções seriadas consolidadas que servem como referência para outros países.

 

Novas ferramentas de comunicação

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Para a coordenadora do curso de Produção Audiovisual, Dafne Pedroso, fenômenos sociais que envolvem uma cultura de massa e mobilizam o mercado devem ser estudados dentro da Universidade. "Os profissionais devem estar atentos às novas ferramentas de se fazer comunicação, mantendo sempre uma boa relação com o público, que está exigindo mais qualidade em suas produções. A Lei da TV Paga incentiva a produção e circulação de conteúdos audiovisuais produzidos no Brasil, o que estimula as produções independentes, que podem atender um público consumidor específico que cresce a cada dia".

A contemporaneidade do tema e popularização das séries foram responsáveis pelo sucesso do evento, que reuniu mais de 259 pessoas, entre acadêmicos, professores e pessoas da comunidade. A estudante do primeiro período de Jornalismo, Natália Viega de Souza, destaca que o palestrante soube contextualizar os programas com os assuntos debatidos em sala de aula. "É muito bacana ingressar na universidade e logo na segunda semana de aula participar de uma palestra sobre um tema que eu gosto. As séries também estão relacionadas com a minha futura profissão. Eventos assim reforçam o por quê eu escolhi o Jornalismo como profissão".

 

*Estagiária, sob orientação de Greici Audibert.
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