
Estudantes da Uno desenvolvem games sobre o combate a dengue
A preocupação com a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, causador da dengue, zika vírus e chikungunya, levou os estudantes do último período do curso de Jogos Digitais da Uno a desenvolver games ligados ao combate do mosquito. Os projetos foram executados na disciplina de Desenvolvimento Multiplataforma e serviram como trabalho final do curso.
Os projetos iniciaram em abril deste ano, foram desenvolvidos no laboratório de Jogos Digitais e nos notebooks dos acadêmicos. Segundo o professor que ministrou a disciplina, José Toniazzo, a intenção era criar um jogo que fosse relevante para a comunidade. “Eles desenvolverem o jogo com base nos conhecimentos que eles tiveram ao longo de todo o curso e na disciplina, usando pra algo que tenha resultado positivo para eles e para a sociedade”, explica.
Ao todo, foram desenvolvidos três jogos. O game “Focos da Dengue”, no estilo point and click, também conhecido como apontar e clicar, foi criado pelos estudantes Djovani Orsolin e Ian Cipriani. O “Zico Zika”, de Luiz Henn, Vinícius Montemezzo e Willian Vieira, foi desenvolvido estilo plataforma 2D (como Super Mário ou Sonic). Já os estudantes Adriano Bugnotto, Eduardo Koller e Jonas Milan criaram o “Combate aos Focos”, no estilo casual puzzle.
O processo de criação dos jogos passou por diversas etapas. A partir do tema proposto pelo professor, foi realizado um processo de ideação, o brainstorming. Depois, veio a parte do game design, onde é definido um documento descritivo do processo de desenvolvimento do jogo. “Essa parte inicial é bem relevante para você delimitar o jogo. Não adianta pensar num projeto complexo se não conseguir concluir”, enfatiza Toniazzo. Após os primeiros passos, os estudantes fizeram a modelagem dos componentes, prepararam os sons, animaram os personagens e desenvolvem cenários. “Tudo isso é importado dentro de uma ferramenta, no caso eles usaram a Unity. Ali dentro você faz toda a parte da união dos recursos com a programação e a mágica acontece!”, afirma o professor.
Todos os games foram exportados para PC e também para dispositivos Android, onde serão disponibilizados na PlayStore. “É claro que não é um jogo completo, por que isso demanda mais tempo e trabalho, mas já dá pra ter uma noção da qualidade que os alunos têm e do potencial que eles desenvolveram ao longo do curso”, finaliza Toniazzo.
Combate aos focos
O trio de estudantes Adriano Bugnotto, Eduardo Koller e Jonas Milan criou o “Combate aos Focos”. No game, estilo casual puzzle, o jogador precisa administrar a energia e controlar o personagem principal, com o objetivo de destruir os focos da dengue e sobreviver pegando os remédios. “Ele funciona por fases, a ideia do jogo é passar a mensagem que o mosquito está ativo o ano inteiro. Por isso o jogo tem quatro fases, uma em cada estação do ano: primavera, inverno, outono e verão”, disse Adriano.
Uma das dificuldades para quem cria jogos inéditos é inovar. Segundo Jonas Milan, um dos caminhos para se diferenciar é juntar as melhores partes dos games que já existem. “Nós buscamos a mecânica e o elemento de diversos jogos. Tivemos novas ideias durante o processo de desenvolvimento e mudamos bastante”, disse.
O “Combate aos Focos”, assim com os outros dois jogos, não está finalizado: ainda são necessários alguns ajustes para liberar ao público. “Depois de finalizar vamos disponibilizar no PlayStore, vai ser gratuito para quem quiser baixar. É um jogo que não tem um viés financeiro. Fizemos para passar a mensagem da dengue e ver como funciona a criação de um game”, ressalta Eduardo.
Mercado de trabalho
De acordo com Toniazzo, o mercado de jogos na região oeste é recente e possui um grande potencial de crescimento. “Tanto os jogos para videogames, como os educativos e publicitários têm uma gama enorme de aplicabilidade na área. Além de poder utilizar as ferramentas para fazer modelagens e simulações de cenários. Dá até para fazer uma visitação com realidade virtual”, afirma.
Para o professor, os estudantes do curso de Jogos Digitais se desenvolvem junto com este cenário de crescimento da profissão. “Os alunos de jogos digitais já saem com um bom domínio de toda a parte conceitual, de modelagem, de desenvolvimento com os games indie (criado por uma pessoa ou pequenas equipes), que está em alta no momento”, finaliza Toniazzo.