Três serpentes que estavam no Museu Ciências Naturais da Unochapecó foram encaminhadas para o Instituto Butantan, em São Paulo. Como os animais viviam em cativeiro há muito tempo, correriam riscos se soltos em seu habitat natural, por isso o Instituto foi considerado o melhor destino para os répteis. As serpentes enviadas foram uma jararaca pintada (Bothrops diporus), uma cascavel (Crotalus dirissus) e uma dormideira (Sibynomorphus ventrimaculatus), que estavam no museu, respectivamente, há 17, nove e sete anos.

Segundo a bióloga responsável pelo museu, Tania Lucia Muneron, o principal desejo da equipe era não manter mais os animais presos, por isso o colegiado do curso de Ciências Biológicas decidiu encaminhar os animas para o Instituto. “Queríamos cada vez mais trabalhar com os visitantes que animais nativos e silvestres devem ser mantidos em seus ambientes naturais e não em cativeiro e exposições", diz a bióloga, reiterando que as discussões sobre o papel do museu no processo de educação ambiental foram intensificadas com o curso de Ciências Biológicas.

Considerando a consulta feita a especialistas da área sobre o melhor destino para as serpentes, decidiu-se encaminhar as mesmas para o Instituto Butantan, principal produtor de imunobiológicos do Brasil e responsável por grande porcentagem da produção nacional de soros hiperimunes. Segundo Tânia, é muito importante esclarecer que a soltura de animais mantidos por um longo período em cativeiro é de alto risco para a espécie solta. Como o animal passou grande parte da sua vida preso, existe a chance de não conseguir caçar para se alimentar ou não ter instinto para se defender das adversidades que o habitat possui.

O Museu de Ciências Naturais ainda mantém uma serpente em seu acervo, uma cobra-verde. A decisão por manter o réptil na Unochapecó é pela sua idade. Hoje o animal está com 21 anos, há 19 no museu, e o risco da serpente não suportar a viagem até São Paulo ou não se adaptar seria muito grande.