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Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde completa dez anos

Histórias

Pautado na missão de produzir e difundir conhecimento, formar pesquisadores com habilidades e competências para a docência e desenvolver estudos interdisciplinares e tecnologias inovadoras em resposta às demandas de saúde, o curso de Mestrado do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciências da Saúde iniciou suas atividades em 2012. Quatro anos depois, o PPGCS ganhou uma nova etapa, com a aprovação do Curso de Doutorado, o primeiro da região Oeste de Santa Catarina.

Clodoaldo de Sá, coordenador do curso,
ressaltou o impacto dos egressos na comunidade

Na última segunda-feira (16), o PPGCS celebrou seus dez anos recebendo, no Salão Nobre da Unochapecó, seus acadêmicos, egressos, professores, e representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó. O evento também contou com a presença do professor doutor Alcindo Antônio Ferla, que auxiliou na formação dos cursos de Mestrado e Doutorado na universidade. Na ocasião, Ferla apresentou sua palestra com o tema "Interdisciplinaridade e interprofissionalidade na pandemia como respostas à complexidade da produção da saúde”. 

Desde sua primeira turma, a Unochapecó já formou 111 mestres e 11 doutores em Ciências da Saúde. Por se tratar de um programa interdisciplinar, os egressos atuam em diversas áreas, impactando na realidade de toda a região, e não apenas na condição de profissionais. Isso porque a produção acadêmica do curso também se destaca: muitas pesquisas realizadas intervieram no aprimoramento de políticas públicas. De acordo com o professor e coordenador do curso, Clodoaldo de Sá, o envolvimento do PPGCS com a comunidade é o fator preponderante.

“Os impactos sociais do programa se dão diretamente nas ações em conjunto com a sociedade, e isso temos em muitas disciplinas. Nós vamos para as realidades, nós discutimos e apresentamos soluções junto com as comunidades e também a partir das pesquisas que são construídas no âmbito do programa, podendo ser desde uma pesquisa básica, aquela que se faz em modelo experimental no laboratório e tentando identificar, por exemplo, o princípio ativo de uma planta com potencial futuro de virar um medicamento ou na intervenção no tratamento de uma doença crônica. Nem sempre o resultado da pesquisa é imediato, mas de alguma forma irá impactar na vida da comunidade”, lembra o professor.

Professor Alcindo Ferla colaborou com os primeiros passos do PPGCS

No decorrer do evento, foram exibidos relatos de egressos e também de discentes, expressando sua gratidão ao corpo de professores e também congratulações pela data. Em meio à emoção, Clodoaldo destacou o orgulho que sente ao ver acadêmicos se tornando colegas de profissão e de pesquisa. “É ver que aquilo que a gente discute em sala de aula se transformam em ações na vida profissional de nossos estudantes e, o que é mais importante, afetam positivamente a vida das pessoas. E esse é o nosso objetivo!”, finaliza.

Vínculos formadores

Desde a infância, Bianca Joana Mattia sonhava em ser professora, inspirada por familiares que já seguiam a profissão. Em 2007, quando chegou a hora de escolher o curso de graduação no vestibular, optou pela Enfermagem e viu na Unochapecó a oportunidade. “Escolhi essa profissão pela humanização, possibilidade de diálogo, de poder estar perto das pessoas e contribuir positivamente na vida dos sujeitos”, diz Bianca. Cursando a graduação, ela acompanhou a nova organização curricular do curso e teve a oportunidade de participar do programa PET-Saúde, que possibilitou visualizar o enfermeiro nos diferentes
cenários de prática, além de conhecer uma nova concepção de saúde e ambiente, a partir do conceito de promoção da saúde. 

“Percebi, também, que somos seres em interações dialógicas, possuímos conhecimentos científicos, mas estamos em permanente diálogo com outros saberes. Foi possível desenvolver sentidos como sensibilidade, audição, capacidade de observação dos detalhes, e aprender sobre história, cultura e arte. Despertei um gosto especial pela saúde coletiva. A proximidade com a comunidade, compartilhando suas histórias e trajetórias de vida, por meio do diálogo engajado e amoroso, me possibilitou compreender que saúde e doença são momentos de um mesmo processo, permeado por determinantes e condicionantes sociais, com interferência política, econômica e cultural em um complexo emaranhado de fatores, sendo que o enfermeiro pode contribuir significativamente no desenvolvimento da autonomia desses sujeitos”, explica.

Depois da conclusão do curso, a paixão pelos estudos em saúde coletiva a levou a atuar em uma Estratégia Saúde da Família (ESF) e cursar uma especialização na área. Na época, participou de uma prática docente que apresentou a ela um novo caminho: era hora de retornar à Unochapecó e ingressar no PPGCS, em 2014. “Na academia, percebendo as influências de meu contexto de vida sobre minha trajetória acadêmica e profissional, mas também reconhecendo as profundas influências do Curso de Graduação em Enfermagem e do Pró-Saúde e PET-Saúde nessa trajetória, o retorno se deu mobilizada em conhecer em que medida esses Programas influenciaram também a prática profissional de meus colegas enfermeiros”.

No decorrer dos anos, o contato com a docência se deu também na Unochapecó, tanto nos cursos de Enfermagem e Medicina quanto no EAD. Pensando no preparo dos colegas de profissão, Bianca desenvolveu sua pesquisa de mestrado na área de Formação e Trabalho em Saúde, e deu sequência ao tema também no doutorado, que inicou em 2017. Já são oito anos de vínculo com o PPGCS, e Bianca deve encerrar neste ano a jornada do doutoramento. Para ela, fazer parte da década histórica do curso é uma honra: “é necessário compreender o significado que esse programa tem nesse tempo-espaço em que ele está localizado e o quanto isso impacta e transforma a vida de muitas pessoas que aqui produzem seus modos de viver”.

“Para além das experiências como estudante, vivenciei momentos que ultrapassam as fronteiras do conhecimento científico e da interdisciplinaridade. Aprendi sobre acolhimento, resiliência, fraternidade, solidariedade. Aprendi que a relação entre professor e estudante pode ser, sim, amorosa, horizontal, sem que isso signifique licenciosidade. Ao longo desses quatro anos pude acompanhar a construção desse programa por lindas mãos. Mãos de docentes, de discentes, de técnicos administrativos, de gestores. Mãos amorosas, acolhedoras, dedicadas, trabalhadoras, sonhadoras, lutadoras, éticas, mãos de pessoas que foram se encontrando e se tornando parte de mim também. Encerro essa etapa profundamente transformada no sentido humano do termo e dizer do orgulho que sinto desse importante e potente coletivo que somos como o PPGCS”, finaliza Bianca.

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