Um parasito renal silencioso nos cães

Dioctophyma renale

17/03/2020
Por: Karla S. Escopelli

O gênero Dioctophyma renale é o maior nematódeo conhecido. Parasita cães, é conhecido como verme renal canino.

A alta ocorrência da doença em cães de rua sugere que a infecção seja relacionada aos hábitos alimentares pouco seletivos desses animais. Hospedeiro intermediário é anelídeo aquático Lumbriculus variegatus, parasito das brânquias de crustáceos e como hospedeiros paratênicos ou de transporte os peixes de água doce e rãs.

A localização deste parasito é o parênquima renal. Os adultos estão rim e mais raramente no peritônio e fígado.

Na patogenia o efeito final da infecção é a destruição do rim. Em geral, apenas um dos rins é acometido, o direito sendo envolvido mais frequentemente que o esquerdo. O rim sadio sofre hipertrofia para compensar a falta do que foi destruído.

Os principais sinais clínicos são disúria com alguma hematúria, especialmente ao final da micção; em alguns casos, há dor lombar. A maioria dos casos, entretanto, é completamente assintomática, mesmo quando um dos rins está completamente destruído.

No tratamento nenhuma terapia médica é efetiva, ele consiste basicamente em cirúrgico.

No Brasil, o parasitismo pelo D. renale foi descrito além do cão, no quati (Nasua nasua), furão (Galictis), lontra (Lutra longicaudis), preguiça (Choloepus didactylus) e no lobo guará (Chrysocyon brachiurus) e atinge animais em vários estados brasileiros.

O controle e a prevenção baseia-se na eliminação de peixe cru da dieta dos cães. 

O D. renale acomete mais cães de rua devido aos hábitos alimentares que são pouco seletivos, mas pode ocorrer também em cães de fazenda. 

É uma doença pouco diagnosticada pelo fato da maioria ocorrer de forma assintomática, só conseguindo o diagnóstico na necropsia, assim os clínicos veterinários devem dar atenção à doença relacionando hábitos alimentares com os sinais clínicos.

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